Monday, May 05, 2008

Sobre os gritos na minha cabeça e os sonhos que quero plantar.

eu não ouço gritos
nem gemido de dor.

nada.

assusta-me a idéia de que,
nessa noite desesperadora,
ninguém mais esteja acordado no escuro
pensando em como é apavorante
estar só num mundo como esse.

não ouço lamentos
ou cantos de morte.

nada.

e eu, aqui,
no escuro,
penso em como quero o conforto do lar
o doce abraço da irresponsabilidade
e o calor das conversas amigas.

quero o frio do meu ar condicionado
e o beijo de boa noite
da mulher que está a me esperar.

quero dizer que eu amo
sem ter que arcar com as conseqüências desse ato
porque o amor não devia ter conseqüências.

quero deitar e sentir pressionando meu corpo
a firmeza da sua existência.

e quero deixar-me estar ali
enquanto o tempo quiser fluir...

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