Tuesday, March 27, 2007

Descrição do meu amor tão certo.

porra!
você não a faz a mínima idéia do quanto eu te desejo.

nem de longe.

você acha que pode imaginar?
rá!
você não tem tanta imaginação.

EU TE AMO!

e você não faz nada, não é mesmo?
porque meu amor é algo indesejado.


e a única vontade que eu tenho é a de chorar
enquanto grito, me humilho, e imploro pelo seu amor.

minha garganta seca quando eu te vejo,
você sabia?

meu coração dá uma porra de um nó e eu penso que ele vai parar
e quando você me olha
e pergunta com ar da mais inocente das crianças
como é que eu estou
eu só minto para não expor minha ferida ao mundo mais uma vez.

mas você, você sabe dessa maldita ferida, querida.

porque essa ferida é VOCÊ!

Por quê?

lembro bem de tudo como aconteceu.
por que, deus? por quê?

Amor III

ah como eu queria tanto os seus olhos
dentro de um copo de vidro
por onde eu olharia todo dia
para admirá-los sabendo que eles não olham para mais ninguém.

e como seria perfeita a vida desse jeito
sem dores, suspeitas ou coisas do tipo
e eu saberia sempre onde você está
e como está.

e tudo isso amor,
é isso: amor.

Quem?

deus me disse que eu vou pro purgatório.
falou comigo nos sonhos.
então, quem é você para me condenar ao inferno?

Simples

vamos embora?
é só pegar a minha mão.

por que eu sempre sou tão só?

Friday, March 23, 2007

Nossa história; Capítulo I

sem passado
sem futuro.
engraçado,
até parece a nossa história.

Acontece

acontece.
todo dizem
acontece.
acontece,
todos dizem.
acontece.
com todos e cada um,
acontece,
na vida, nos filmes,
na tnt.
acontece,
simplesmente acontece,
sempre.
sem razão.
sempre acontece
sem razão.
tem razão.
sempre acontece.
mas não com você.
nunca com você.
porque você
é forte demais para sentir.
você é ferro
você é fogo
você é Ela.
e Ela é você.
mas devia deixar logo de ser.
já está na hora de deixar de.

Thursday, March 22, 2007

Manuscrito

em casa, sozinho.
meia noite e cinqüenta e seis de uma quinta feira
porque o céu borra a cor todo dia,
não só terça.
e, mesmo sem ter nascido hoje,
ele vai se esconder para não sorrir para mim.
é quase uma da manhã de um dia errado,
numa vida errada.
e ninguém pode passar corretivos numa página toda manchada.
você só pode rasgar
e rezar pra dar tempo de conseguir copiar tudo do jeito certo.
ou ter uma vida escrita a lápis.

Tuesday, March 20, 2007

Estação amor.

não é só aqui
que o trem passa.

Tudo o que poderia ter sido e não foi

nossos filhos cresceram e se formaram
nossos netos nasceram
e nós morremos juntos na cadeira de balanço.

Monday, March 19, 2007

Ciclo

duas horas e seis minutos de um dia qualquer
o céu está escuro, sem cores para borrar
gostas d'água caem lá fora
e, aqui dentro, o frio me deixa lento.
dor de cabeça, têvê desligada.
o meu ar condicionado funciona no máximo nas noites quentes
que não são de amor.
e eu estalo meus dedos, ouço meus ossos...
estou velho e minhas costas doem
e a vida começa logo,
o que é uma pena,
porque uma vez terminada, jamais deveria retornar.

Normal

vem você
com seu jeito normal
sempre tão normal
nada além de normal
e na maior normalidade
arranca meu coração.

Eu e você

só para escrever,
dar um oi a quem não me lê,
um alô pra quem não me ouve.
e eu sinto muito pelo fato de
você, que não me lê,
você, que não me ouve,
não me conhecer.

Friday, March 16, 2007

Mulheres...

aranhas e espelhos.
os medos.
faraós gregos, romanos de tróia,
o exército montado do deus sol.
e a lua assiste a guerra travada pelo seu amor.

2009

vamos lembrar de quando eramos dois jovens
e costumávamos passar quase todas as 24 horas do dia
nus em cima da cama.
quando você era minha mulher
e eu era seu homem.

vamos lembrar de quando eramos dois ninguéns
no meio de mais 6 bilhões
e a gente nunca ligava
porque à noite, sempre tínhamos pão e vinho
e nossa cama.

vamos lembrar de quando eramos duas crianças
que, inocentes, foram abandonadas nos braços imundos do mundo,
mas que ainda sorriam
porque tinham dentes
e o amor que sentiam um pelo outro bastava.

vamos lembrar de quando eramos dois amores,
e virávamos um só ser.
o mundo poderia acabar e não nos separaria
porque havia "aquilo"
e aquilo bastava.

hoje, ainda somos dois.
desconhecidos
eu aqui e você lá.
e quando lembro de tudo o que fomos...
devo admitir...
nunca nenhuma cama foi tão confortável quanto aquela...

Tu, Cá

ela é a vadia mais linda que eu já vi...
pena que ela não cobra nada.

O Amanhã

venham todos reunir-se ao redor do senhor
e ouvir as pregações de um mundo melhor
sonhemos com tudo o que não somos capazes de realizar:
vamos viver de amor
vamos viver de compaixão
vamos viver de carinho
e vamos morrer sozinhos...

Céu

o céu rasgou-se em dois.
duas partes desiguais.
e dele não caiu nada.
anjo ou homem,
deus ou mulher.
só chuva.

Wednesday, March 14, 2007

Ela II

tudo bem no estilo
faça o que quiseres.
escrevo escrevo escrevo
digo digo digo
falo falo, falo
nela. nela, nela.
e ela
é o sonho
que eu tive na noite que eu dormi com aquela outra mulher.
ela
é a cara da minha filha que não é dela.
ela
é o pesadelo do meu coração.

Meu amor...

ela me abraça como nenhuma outra
e me lança nas mais inimagináveis aventuras.
e quando estou com ela o vento beija nossas faces suavemente
lábios que oscilam entre frio e quente.
e é com ela que vivo minha vida
sobre ela escrevo milhares de canções
doces, amargas, baladas e músicas pesadas.
para ela eu dedico cada palavra
que sai ou sairá, qualquer dia, da minha boca.
e eu só posso dizer
que eu sou apaixonado por essa mulher
essa doce dama chamada estrada.

Risca

quando eu te conheci
você estava dançando bêbada
feito uma puta.
suada feito uma porca
xingando todo mundo e dizendo que queria dar.
nunca esquecerei...
você parecia um demônio saído do inferno
ou de um dos piores pesadelos de qualquer homem
e foi quando você escorregou e caiu de quatro
fazendo com que seu vestido revelasse detalhes
que eu só vi novamente depois do nosso 2º encontro
eu soube que era amor.

Tuesday, March 13, 2007

Gramática

acontece que tudo o que se há de falar
diferente de tudo o que se fala
não é poesia e música.
nem tragédia e dor
nem nada do que sempre escrevem
a vida não é só amor.

nada do que se fala
é realmente o que significa
as palavras não ilustram as imagens,
as fotos o fazem.

amanhã, às 7 da manhã aprenderei a gramática,
e eu não sei como agüentarei
tanta bobagem.

hoje à noite eu durmo sem nenhum anjo sobre minha cama.
hoje à noite eu não sonho.
hoje à noite eu durmo.

para não saber o amanhã.

Álcool

eram cinco horas da tarde e o sol começara a se pôr
por entre as nuvens no oeste que a gente nunca alcançou
a areia corria solta por entre os dedos da mão
caía silenciosa, um estrondo, grão por grão.
as notas tocadas soltas no violão, nosso amigo,
criam formas na brisa. mais 9 horas e é domingo.
gritamos palavras sujas, de revolta, amor ou bobagens
cantamos nossas canções, arrumamos as nossas bagagens.
e quando vem o silêncio, reflexo de cada um,
todos sabem o que se passa, está faltando o rum.

Alabama

tanto tempo desde a última vez que tocamos nossas músicas juntos
você sorria, eu sorria
e eramos dois idiotas achando que podiamos mudar o mundo com nossas melodias lindas
e nossas letras fantásticas.
mas veja só, irmão, a ironia de tudo isso.
hoje somos quatro, seis, não mais só dois.
e nossas melodias não tem o mesmo doce das antigas canções
e nossas letras não falam da inocência e do inimaginável.
crescemos nesse mundo triste
e agora só nos resta criar nossas crianças,
ter nossas mulheres.
e esperar que a inocência acorde do coma.

Dúvida

"e desde quando quem ama tem orgulho?"
boa pergunta.

Nos primeiros

eu entro no primeiro ônibus
só pra ir atrás de você
pra ouvir você me dizer um "te amo" com sotaque.
aquele que você não percebe que tem, mas que está ali e todos ouvem.

eu entro no primeiro trem só para seguir a mesma trilha que você
e me sentir feliz pelo fato de estarmos cada vez mais pertos
e de eu te amar tanto e tão puramente.

eu entro no primeiro carro que me oferecer carona
em direção ao sul, que aparecer na minha frente.
sim, eu entro sim, mesmo sabendo dos riscos de morte na estrada.
valeria para te abraçar.

eu só não entro no primeiro avião daqui pra aí
porque eu não teria dinheiro para sobreviver.

Country

e para fechar o dia...
um sotaque do interior
do meu coração
que não diz porta ou porteira
mas te ama de paixão.

para fechar o dia
com amor e carinho
vai-te um solo de guitarra bem devagarinho...

para fechar o dia
como deus bem quer
eu serei seu homem
e você minha mulher.

Monday, March 12, 2007

Café e leite

correndo nas ruas
de um lado para o outro
só pelo prazer
de arranhar um joelho e ter uma perebinha pra arrancar.

machucar-se e chorar,
só para, no fim do dia, terminar
comendo o bolo de chocolate da casa da avó.
com café e leite.

e lembrar do aroma da piscina desmontável
que ficava no jardim por uma semana para seu divertimento
é de trazer lágrimas aos olhos.

porque os ferros da piscina enferrujaram
os bolos da vó já são tão escassos
e as pessoas não voltarão.

mas ainda tenho café e leite em algum lugar da casa.

Vida VII

"só me resta o rock n roll"

Mentiras

toda noite
dói o tempo
em que você não diz um
"como você está?".
acho que estou viciado em mentir com o
"estou bem."

Parabéns...

só queria desejar...
ou deixar de.

Garota...

toda essa raiva
se chama amor.

...e eu aqui

você na vida e eu aqui.
você na vida e eu aqui.
você NA VIDA e eu aqui.
NA VIDA
VIDA
VADIA!

e é tudo tão plasticamente falso
como se com um oi tudo bom eu pudesse resolver minha vida
como se dando um beijo na sua boca minha vida fosse mudar.
como se tudo isso fosse adiantar em alguma coisa.
é tudo tão plasticamente falso,
praticamente como o seu sorriso plástico.
sorriso que queima e arde mais que o amor camoniano.
que arde mais do que a mijada matinal
arde mais que o tiro queimando meu peito.

Logo

te vejo em algum lugar
em algum dia.

espero que por aqui mesmo
para eu poder fugir
e conhecer o mundo.

te vejo de novo dentro de alguns anos
ou talvez horas.

mas haverá um dia
em que não nos veremos mais.

porque as cinzas não formarão a tua figura como a tinta fez sobre o papel.
o pó é meu amigo, pergunte a ele quando o encontrar.

quando todos forem um só.

Seu beijo

ou vai ou racha.

Aprendizado

com meus amigos aprendi a lutar, a arrotar, a beber.
com minhas amigas aprendi...
que não se deve apaixonar-se por uma delas.

Azul

foi no azul de seus olhos castanhos que eu me encontrei pela primeira vez perdido em outra pessoa.
longe das esperanças, longe dos desejos, longe de mim mesmo.
e foi dentro de você, onde só há você e nenhum pedaço de mim,
que eu percebi que amo demais cada pedaço de você para viver lá fora.
foi no azul do céu e do mar que eu morri afogado em você.

Friday, March 09, 2007

Caminhando

do nada ao lugar nenhum

Talvez, finalmente.

e eu nem sei o que escrever mais
mas mantenho todas as formas de me comunicar com o mundo bem perto de mim
para assim poder me livrar de tudo o que me liga a você
e poder, talvez, finalmente, esquecer.

kg.m/s²

e você é a única capaz
de deixar um arco-íris
preto e branco.

Querida...

"se for pra se guardar
melhor então nem vir"

Vem

vem pra mim que eu não sei mais o que fazer
escrever essas palavrinhas fofas para agradar qualquer um
está me enchendo o saco.

Delírio

e eu não vou negar
que eu quero mais uma vez sentir o seu cheiro
azedo, de vinagre, couro molhado,
o cheiro de toda a confusão.
é que estar ao seu lado
é entrar de cabeça no olho de um furacão.

Seu punho.

há pilhas de tudo sobre esse lugar
milhares de centenas de litros de sangue
por cima de cada um desses dentes.

sob sua couraça está o que mais quero,
a bomba mais bela que deus poderia inventar.
o seu coração.

Acertando as contas

o líquido escorre
e o dinheiro está na mesa.

Thursday, March 08, 2007

8 du mars

contar dias para que se no fim todos eles vão-se da mesma forma?
horas, minutos, segundos, cada um deles por mais ínfimo e especial que seja
não passará de passado no segundo em que passar.

para que viver na ilusão de que todo sonho se torna realidade
se tememos que muitos deles virem verdade?

filhos de mim e ti crescem fora do útero, amor.
não há necessidade de protegê-los de si mesmos
o mundo já o faz bem o suficiente para isolá-los todos.

a cidade cinza colore-se de preto e branco para as festividades.
toda a vida que há há de findar-se em seu tempo.

os carros atravessam caminhos cruzados somente por pés santos.
lembra-se quando viemos aqui da última vez?
você até me proporcionou um daqueles raros momentos de felicidade, só nós dois.

a notícia saiu nos jornais do mundo inteiro,cobertores de centenas de milhões
protegem do frio, mas não do mundo
e fornece-lhes o calor com a chama certa.

nos classificados, a procura por refúgios,
a vontade de desejar, a luxúria, o mundo, a vida.
casas no campo de guerra e nas praias à beira do inferno.

céu vermelho no por do sol da negra africana,
filho morto no seio.desde cedo tenta-se a banalizar a dor, que cuida de todos em seus braços fortes.

hoje é oito de março em algum ano qualquer
hoje é algum dia de abrilhoje é o junho e julho chuvoso
o agosto do agourohoje é algum dia de setembro, em que, talvez, torres caiam.
hoje é o mês das crianças,
o dia dos mortos,
o aniversário da lenda,
hoje é ano que vem,
que será a mesma coisa de ontem,
hoje é carnaval, num fevereiro maquiado,
hoje é oito de março em algum ano qualquer.

quinta feira, a bandeja no chão esfria com o vento de fora.
o café com leite parado, e o pão com queijo mofado
azedam minha boca amarga
e minha cara não é bonita, mas podia ser pior.

o violão mudo tosse no canto da parede,
esconde-se de mim e minhas torturas.
o tempo não parou desde que comecei a escrever.

a bandeja se foi, o café com bolachas também,
os cheiros de flores da noite não penetram o quarto.
sinto cheiro de morte,
sinto cheiro de sonhos.

e o vento os leva todos...
os relógios não dizem horas,
por isso são 7 da manhã em algum lugar do ano
e crianças assistem ao primeiro dia de aula.
são 21 horas perto daqui,
21:15 do dia 8 de março.

Sunday, March 04, 2007

Você de novo.

nossas tardes sentados juntos, costas nas costas, cabeça na cabeça
e eu sinto sua cabeça vibrando a cada palavra
quase como se você tentasse fazer cócegas em mim.
olhos fechados para imaginarmos nossos rostos,
porque olharmo-nos seria fácil demais.
e você levantou, depois daquele jogo de pôquer
em que você se irritou porque eu ganhei mais do que devia
e eu nunca mais senti o seu calor.
minha querida, eu poderia pedir e implorar de joelhos para que você voltasse para mim,
mas eu não sou tão adepto de clichês.
e nesse domingo, em que mesmo não sendo terça o céu borra a cor,
eu só queria que você voltasse para deitar do meu lado da cama e eu sentir seu corpo
ao lado do meu
e ver a sombra que a luz da tv cria, tentando imitar suas formas mas nunca ficando tão perfeita em detalhes,
na parede.
cada imperfeição sua me faz uma incrível falta,
e se você fosse como as modelos de revistas,
eu nunca te amaria e você sabe disso.
e eu sinto a sua falta, todo o santo dia a mesa está vazia,
nenhum ovo sujando o fogão, nenhum pedaço do meu bife está frio, quase cru, como você deixava.
e era por isso que eu te amava.
e amo.
porque você não sabe fazer nenhum prato que eu goste,
mas tem o único sorriso que toca minha alma.