Monday, June 10, 2013

Escrever é preciso.

eu preciso escrever
e não são versos o que preciso
e não é aquela prosa sobre a vida que eu preciso
e não é nem mesmo aquelas ideias fantasiosas
que sempre vivem em minha cabeça, mas nunca consigo purgá-las no papel
o que eu preciso.

nem é sobre ela
o que preciso escrever.

não há musas para o que preciso
não há sentimento
no que preciso.

é tão natural,
o que preciso,
é tão diferente
do que sempre precisei
o que eu preciso
é tão não eu
o que eu preciso.

eu preciso escrever
e escrever
e escrever
e não é sobre amor
e não é sobre morte
e não é sobre perdas
nem sobre vitórias.

eu preciso escrever
e que o café me ajude.

Sunday, June 09, 2013

Para o mundo ficar lindo.

"um dia comprarei uma fábrica
e colocarei você em uma linha de produção."

Wednesday, June 05, 2013

"Pedro, tu és pedra"

estou perdido entre milhões de pensamentos
e meia dúzia de emoções
e eu, como sempre, não sei o que fazer.

(mas o engraçado mesmo é eu achar que um dia saberei)

estou perdido entre cento e trinta pessoas que sabem muito bem
ou quase muito bem
o que querem,
mas sou um mar de inseguranças no qual não sei nadar.

(o irônico é que eu sou um nadador até bom)

estou perdido entre escolhas
e não saber que caminho tomar fará com que a vida não ande
e eu fique parado
como se houvesse uma pedra.

Monday, June 03, 2013

às vezes.

às vezes eu não tenho nada a dizer
mas queria acreditar ter.

às vezes a melhor poesia
é o silêncio.

Sunday, June 02, 2013

arte.

pelo menos temos isso
e, admito,
pelo que vejo,
pelo que percebo,
você tem muito mais disso em si
do que eu.

mas tudo bem,
parece que sempre serei o menos talentoso
em tudo o que quero.

Relaxa.

ainda é sobre você
e por um bom tempo vai ser
não tem como fugir
dos pensamentos e das lembranças
e das ideias
e dos medos
e das tensões
e das risadas
e das tristezas.

ainda é sobre você,
mas não sei por quanto tempo
vai que para sempre
vai que nunca mais.

Saturday, June 01, 2013

Música.

o som da noite é a chuva
e uma sinfonia do philip glass,
mas o que eu queria ouvir de verdade
eram os teus gemidos no meu ouvido.

a luz.

a luz no fim do túnel
é uma luz que sufoca,
aperta e machuca
ao mesmo tempo que dá esperança de ser livre,
nos deixa livres para errar.

e errar, às vezes, só nos ensina que não sabemos de nada
e que agora é tarde para se arrepender.

a luz no fim do túnel
oprime, suga o ar dos pulmões,
queima o nervo ótico.
e nos deixa incapazes de enxergar que amanhã
o caminho pode não ser tão claro
e os tijolos dourados em que caminhamos descalços,
despreocupados,
serão,
na verdade,
cacos de vidro prontos para nos fazerem cair de dor.

a estrada é pavimentada de falhas.

a luz no fim do túnel
é só o começo.