Sunday, December 31, 2006

Aquela mulher

mas então,
o que acontece agora que o fim chegou?
mais um ano que se foi passando pelas minhas mãos.
um ano inteiro amando aquela mulher.
mais uma vez aquela mulher,
aquela maldita mulher.

e então você se vê
olhando nos olhos dela,
querendo entender os porquês
de ela não te amar da mesma maneira.

e agora, percebe que é
o último dia do ano.
a vida completou esse ciclo
e você não sabe o que está por vir.

e reza para que não ame mais aquela mulher.
mais uma vez aquela mulher.
aquela maldita mulher.

Thursday, December 28, 2006

Feudo

eu não sei o que é pior de se sentir:
a sua felicidade
ou a minha infelicidade.

seu sucesso
ou minha desgraça.

e meu coração claustrofóbico
sente-se sufocado por tanto amor.

aperta bem forte o peito.
destrói esse teu servo.

Wednesday, December 27, 2006

Amor...

eu vou te amar mais que ao dinheiro.

Há um lugar

há lugares em que todos podem ser felizes.
é uma pena que ainda não tive o prazer de visitá-los.
são feitos da mais estranha poesia e de desejos esquecidos,
inocentes maravilhas perdidas no mundo.
sabe-se que todos um dia sonham com uma vida ali,
apesar de jamais terem conseguido se aproximar demais.
pequenos paraísos na mente
e cada um tem o seu.
com pequenos detalhes que transformam tudo em magia.
e você é o detalhe que falta para que meu paraíso
se concretize.

Monday, December 25, 2006

Noite feliz

noite de 25 de dezembro
de um ano qualquer
porque nada disso vai importar mesmo...
eu liguei para você
para te desejar um feliz natal
mas foi apenas mais um desejo
como você também já foi, e acho, ainda é.

liguei para ouvir você dizer um "para você também"
um pouco menos artificial do que os anteriores
mas, como muitas vezes na vida, decepcionei-me.

e eu poderia te dar o mundo inteiro de presente
ou o que você quisesse,
mas nada disso faria você ser minha.

nessa noite do dia 25 de dezembro,
prefiro sentar-me afastado
num canto escuro para esperar o tempo passar para o mundo
e ver se ele esquece um pouco de mim.

mas ele não esquece,
e passa mais lento só para que eu pense mais
em você.

Sunday, December 24, 2006

Não sei

eu não sei o que fazer com nada disso
acho melhor deixar tudo como está
o que você acha, clara?
- acho que está escuro, muito escuro.

Saturday, December 23, 2006

Índios

a gente cai bêbado em algum canto escuro
de um beco qualquer
em algum lugar
de lugar nenhum.

estamos tontos demais para saber se a terra está girando
ou se nós é que andamos em círculos...

a lua sobe e desce
as estrelas piscam e somem e piscam e somem

é noite
e mais uma vez erguemos nossos copos
bebemos e caimos no chão.
e ele nunca foi tão macio quanto nos últimos dias.
não há lugar como o lar
não hpa travesseiro melhor que o lixo
e cobertor melhor que o firmamento.
não háfogo melhor que esse
que teima em queimar nossos corpos, debatendo-se no asfalto.
é a visão do inferno
é o paraíso.

Tolo da colina

na minha vida sou só eu
e você entra como um ladrão, sorrateiro, por uma brecha na porta.
você, a ladra maldita que invadiu meu lar e arruinou minha vida.
e você diz que não sabe amar,
nem imagina como seja, mas o tempo mostra que você é especialista em amor
e que, talvez, o tolo sjea eu.
sim, sou eu.
por crer no teu anti-amor
na tua mentira.
o tolo sou eu por querer-te na minha vida.
sim, é isso...

Friday, December 22, 2006

Desabafo

eu não quero ser sutil com minhas palavras
quero te chamar de puta
e ir embora.

Cada um

há coisas que não voltam, amor.
o que foi foi para sempre
e nunca voltará para ser enquanto você observa.

você...
foi alguém importantíssima na minha vida
e agora não sei se importa tanto quanto importou
mas tenho medo de dizer que não e estar errado.

eu...
sei que não sou mais seu amigo
não como eramos antes, de sorrisos e confidências
agora sou mais um conhecido
que te conhece mais do que a maioria...

está na hora, querida amiga,
de abandonarmos nossos postos de defesa
e agirmos como deveríamos desde que percebemos que não haveria avanço
você do seu lado
e eu do meu.

Thursday, December 21, 2006

Heróis?

a gente bem que podia
se vestir de super herói
por um único dia das nossas vidas
e voar pelo céu estrelado.
só para saber como é ser feliz, sabe como é...
às vezes temos que experimentar novas sensações...

Crescer

meus sonhos
são sempre tão...
assim como você.
e eu passo dias inteiros pensando
em como me vingar de tudo o que me fez
em como te fazer odiar a vida como eu odiei
mas percebo que não adiantará de nada
você simplesmente vai achar tudo maravilhoso
vai pensar que, agora que estou com ela,
eu esqueci de você
e minha vingança, meu ódio, de nada vão servir.
e eu vou te ver todo santo dia sorrindo feliz
e fingir que comigo está tudo correndo maravilhosamente bem
como tantas vezes já o fiz.
até que um dia você se casa, ou não, arranja alguém, enfim, tem um filho
e nós vamos te cercar, te proteger
terei que aprender a conviver com todo o ódio que sinto por esse animal
que dorme ao teu lado na sua cama
terei que dar sorrisos e ser o tio legal das tuas crianças...
mas eu não quero ser o "tio" dos teus filhos
quero ser o pai deles.

Wednesday, December 20, 2006

Criança

e ela era apenas uma criança
se bem que eu não sei
se crianças ainda existem.
ela era linda e inocente
quando a conheci
e o mundo não era um lixo tão grande quanto hoje parece ser.
mas talvez já fosse e eu simplesmente não havia percebido.
ela era capaz de tocar o céu com seus delicados dedos
mas não conseguiria ir embora sem dizer adeus.
uma pena que todos nós nos enganamos
e nisso tenho certeza que não me enganei.
ela ERA inocente.
como a brisa suave soprando sua face durante o crepúsculo
vinda do mar apenas para te confortar
mas...
talvez ela não fosse inocente como pensei
ou ela não se teria tornado a vadia que é.

Vida IV

"tocar o teu olhar"

Tuesday, December 19, 2006

Coca Cola

compre
babe
beba
sempre
gaste
viva
troque
sempre
sempre
sempre
coca cola

Monday, December 18, 2006

Não saber

mulheres,
estrelas
cadentes.
sonhos
de algum puteiro qualquer.
noites de verão.
quentes, molhadas, suadas.
cuspo na sua boca,
você cospe na minha.
e nossos fluidos resultam numa cria abissal
seu filho e meu.
e ouço
os gritos em um lugar
distantes, talvez perto.
ouço seu sorriso se aproximar do fim
do agora.

Coração...

meu coração bate?
eu não sei.
acho que, na verdade, ele se debate.

Porta

eu não escuto mais nada.
eu sou uma porta.
eu não falo mais nada.
eu sou uma porta.
eu não vejo mais nada.
eu sou uma porta.
eu não sinto mais nada.
eu sou um mal amado.

Dançarino cósmico

estava dançando quando tinha doze anos
quando estava no útero.
dancei, dancei, dancei.
dancei tanto que esqueci de viver.

Ócio

o que se fazer
quando tudo o que se tem a fazer
é esperar para fazer algo
que não se sabe bem o que é?

nada.

é isso que eu faço.
é isso que eu escrevo.

o ócio me move,
move minhas palavras,
dá o sabor à minha comida
deixa líquida a minha bebida,
tragável o meu perfume,
amável você.

e o ócio só não me mata
porque eu já sou uma parte dele.

Cinco

queimaram-no vivo
aos cinco de idade
entre uma rua e outra
entre os pais e os avós.

atearam fogo em sus cachos d'ouro,
em seus olhos verdes,
em seus lábios rosas.

cortaram-lhe o pescoço
depois de morto
depois de tudo.

arrancaram-lhe a vida.
doeu.
mas doeu mais em quem sobreviveu.

Sunday, December 17, 2006

You

você deu cor ao meu mundo

Vocês e nós

o sol nasceu de novo
a hora é chegada.
vamos vencer...
vamos matar...
vamos destruir...
pilharemos seus tesouros
e nos proclamaremos salvadores.
nossas almas puras
queimarão no paraíso,
enquanto a de todo o resto
apodrecerá por aí.
nossas cinzas descansarão no mar
e seus corpos servirão de adubo
para seus alimentos.
melhor?
não, somos superiores.
é diferente.

Thursday, December 14, 2006

Flávia

as curvas...
os pêlos eriçados
como os espinhos do ouriço de gregório
os olhos de castanheira
permanecem mudos, inocentes...
o mundo não os corrompeu.

sua pele tão macia
a mão tocando o arco e faz o som maravilhoso
que perfuma meu ar...

você eterniza uma nota
desfaz o éter com o toque dos dedos.

e seu corpo escuro mescla-se à noite
e seus dentes brilham como as estrelas,
ébano e pérola.

e dorme comigo
para amanhã
estar com outro "amor"

O amor I

o amor...
não é flor roxa
mas nasce no coração dos trouxas.
o amor
certamente não é uma poesia,
não é um texto,
não são palavras.
então não adianta por
o amor
aqui em exposição
porque ele é só para você.

Depende de nós?

haverá um amanhã?
dependendo de nós?
que fomos e seremos crianças?
o futuro estaria, então, numa ciranda?

Wednesday, December 13, 2006

III

não sei o que escrever
nem sei no que pensar
e tenho dito.

Viver por você

e eu não devia viver por você.
eu não vivo.
mas não devia.
eu devia viver por você.
mas eu vivo.
e não devia.
eu não devia ter dúvidas
mas às vezes tenho dúvida se deveria duvidar.
e toda a certeza do mundo
é incerta
e eu não devia viver
nem por mim,
nem por você.

Viver por você

e eu não devia viver por você.
eu não vivo.
mas não devia.
eu devia viver por você.
mas eu vivo.
e não devia.
eu não devia ter dúvidas
mas às vezes tenho dúvida se deveria duvidar.
e toda a certeza do mundo
é incerta
e eu não devia viver
nem por mim,
nem por você.

A insônia de te ver.

"dormir é impossível
porque toda vez que eu fecho os olhos
eu vejo seu rosto..."

Esse tal de amor

e eu me lanço nesse mar de livros
que é uma tentativa de esquecer o seu sorriso
mas cada página das milhares de histórias,
cada personagem, faz-me lembrar de você e suas idéias estúpidas
e como eu amo todas elas
e eu posso estar mentindo
ou caindo num clichê, esse tal de amor, nunca acredite
que pode ser bom,
mas eu sei que os seus olhos estão em tudo o que eu vejo
e tudo o que mais quero ver são seus olhos.
olhando para mim ao invés de encarar outrem.
mas que exploda o mundo!
o que eu quero mesmo é comer, dormir e morrer sorrindo
talvez depois de uma maravilhosa transa com uma das minhas musas
certamente não será você
porque você é boa demais para mim.

Beba o que é bom

e da última vez que eu tomei coca cola ,
os seus lábios tomaram todo o gosto da bebida.
tudo o que havia era você naquela lata
e eu te tomei.
hoje não tomo refrigerantes
não sei o gosto de novidades
esqueço o gosto do guaraná
mas não esqueço os teus lábios
que deram o sabor daquela coca cola
a última que sorvi.
e talvez o fato de eu não tomar mais refrigerantes
seja porque eu sei
que nenhum deles vai chegar aos pés daquela coca
nem mesmo a coca cola.
é...
talvez eu não tenha sede de bebidas gaseificadas,
eu tenho mesmo é sede de você.

Friday, December 08, 2006

Necromicon

poetas necrófilos
em cidades de ossos
e cheiro de carniça
fazem nascer a música dos rastejantes.

o som das asas do corvo,
negro como deus,
quebra o frágil silêncio em milhares de peças
minúsculas como a luz do sol
que não brilha nessa terra.

duas órbitas vazias procuram como olhos famintos
pelo corpo que saciará sua fome e sua sede
o sangue ferroso corre em sua língua
a carne podre desfaz-se em suas mãos.

ele já teve de tudo
como nos clichês:
"era feliz e não sabia"

mas, um dia, ele teve o azar
de encontrar o amor em seu caminho.

Vida III

"queres me torturar
queres me massacrar..."

Coisa rara

as lágrimas do dragão
caem por mim e por você.

Thursday, December 07, 2006

A Dama

os campos pintados de vermelho
cortados por rios de luz negra
são cenários de batalhas épicas,
de sonhos dantescos.

e as ondas sonoras
espalham-se pelo ar
entre gritos de guerra e os sons de espada
ouve-se a voz há muito perdida.

a dama da noite
levanta-se ao crepúsculo
porque o outono se foi
e agora virá o frio.

o sangue que corre
em suas veias nobres
é azul. gélido.
um iceberg que naufraga drakkares.

em sua vida a única cor é o branco
da neve que cai de seus olhos quando chora.
a dama da noite verte suas lágrimas no inverno
mata quem deve morrer, dá vida a quem deve viver.

seus olhos azuis encaram o vazio da morte
que sorri impiedosa.
os tratos entre as duas são feitos no mais denso silêncio.
a troca de almas deve ser calma.

e a batalha segue...
o sangue derrete o gelo
trazendo a primavera
com flores de luto.

depois da estação,
a dama se vai.
mas a morte fica.

Vestibular

não pode ser assim
como ninguém quer
porque nunca nada é
e nunca será
porque o que eu quero
deve ter muito mais gente querendo.

seis anos ou mais
para no fim
não ter fim.

Wednesday, December 06, 2006

Doismilesseis

trezentos e sessenta e cinco dias
cinco horas,
quarenta e oito minutos
quarenta e seis segundos
e quatro centésimos!
não foram todos bem gastos.
não foram todos com você.

Sol

olha o sol
brilhando no céu dessas 14 horas
olha o sol brilhando, olha!
é para você toda essa luz
para tentar se igualar a você.
mas ele não consegue
é apenas uam estrela apagada na via láctea.
porque eu realmente acho
que quem ilumina a vida é você.

Eu sei

quem se importa com isso?
o fato de o fato ser fato é fato.
fato dito fato.
é triste, eu sei.
mas eu sou capaz.
eu sei, não sei?
não sou?

Friday, December 01, 2006

Sonhos II

sonhos são
sonhos
sonhados.
sonoros,
suados,
salgados,
saudosos,
sonhos.

Ela

não sabe dormir
não sabe comer
não sabe viver
não sabe respirar
nasceu deslocada do mundo
nasceu deslocada das estrelas
nasceu deslocada da vida.
mas como não pôde escolher,
nasceu.
os olhos castanhos,
a pele castanha,
o cabelo castanho,
ela era uma castanha.
e era assim que era chamada:
castainha.
a castainha cresceu,
nunca aprendeu a viver
nunca aprendeu a respirar
nunca aprendeu a dormir,
nunca aprendeu a sonhar.
por isso ela é melhor que todos
porque não aprendeu a se apaixonar,
conseqüentemente, nunca aprendeu a se decepcionar.

Mais uma dose

quantas vezes eu tentei dizer
com as palavras sujas
com as rimas pobres
com os traços tolos
o quanto eu te amava e como eu queria ter-te ao meu lado?
foram muitas.
e essa vai ser mais uma.

O meu amor...

crias do nada um lugar nenhum
e esperas que eu te diga belas palavras?
desculpe-me fazer-te esperar para sempre
pelo amor que morre em meu peito.
talvez ele tenha escorrido pelas brechas deixadas no órgão
responsável pela circulação de toda minha essência
no dia em que me disseste algo
que no momento é melhor não lembrar nunca.

fico imaginando mundos perfeitos,
produtos das imaginações inférteis de um tresloucado apaixonado,
criando imagens de sorrisos, sons dos seus sussurros, gosto dos teus beijos
tão reais, menina, que por um certo tempo eu posso tê-los
sem nem ao menos realmente perceber que tudo não passa de uma ilusão
como o seu amor por mim.

alimento a crença no inacreditável,
não me julgue mal, para mim, crer em ti, é como o crente crer em seu deus
simplesmente acontece, irracional, como essa maldita chama que teima em queimar peitos
que ousa marcar minha vida com sua marca negra de decepção
aqui não há constantes, porque tudo é metafísico, inconstantes sorrisos contentes
a felicidade estampada no seu rosto me preocupa
em parte porque não sou eu o causador de todas as tuas alegrias
e muito porque eu estou triste por ti...
sua alegria é minha dor, sua dor é minha alegria
eu te amo.
é, acho que isso resume tudo.

Vida II

"E hoje estou aqui
nesta porra desta cama
vendo um filme pornô..."

Thursday, November 23, 2006

O mar

talvez
a razão esteja na sua frente
e você tenha fechado os olhos
porque é dolorosa demais a resposta
da pergunta.

talvez a resposta estivesse nos olhos dela
que você se recusou de encarar
no que você achou serem lágrimas
que, sem curiosidade, deixaste passar, fluir,
e agora queres sugá-las de volta.
impedir o fluxo.

lágrimas são rios
fluindo para o mar.
sempre o mar.

Quinta-feira

é uma quinta qualquer
véspera de uma sexta qualquer
e hoje eu te vi
e me recusei a te olhar
com medo de sei lá...me reapaixonar
embora eu não saiba ao certo
se é possível se reapaixonar por quem se ama.

é uma quinta qualquer
de número qualquer
véspera de outro número qualquer
que nomearão de setxa-feira.
e hoje eu falei contigo
mas não falei tudo o que há para dizer.
não disse nada do que sinto.

é uma quinta qualquer
que veio depois de uma quarta suja
numa semana esquecida
entre todas as outras 51
essa é mais uma para fazer 52.
e não sei quantos dias do ano eu te vi.
e mesmo que fossem todos,
seria pouco, pouquíssimo.

II

nada mais vai sair desse
desse...vazio.
não sei de onde vêm as palavras
da boca, da cabeçaou do coração.
mas elas são cada vez mais fracas
e a angústia sem porque só aumenta
e sexta feira eu caio na estrada
tentando ser alguém
mesmo sabendo que sem você eu não serei.

Monday, November 20, 2006

Vida I

"e a cadela pariu
três crianças"

Talvez haja um texto que diga tudo o que quero dizer.

PUTAQUEPARIU!







vadiadocaralhovaisefuderemeama









talvez seja esse

Sunday, November 19, 2006

Minha garota...

e não me importa quem seu pai é
quem é sua mãe.
não me importa saber a sua árvore genealógica.
o fruto que deu é podre demais para ser comido.
depois que te comi,
vomitei.

P.O.P.

sob pontes, rodovias, ciclovias,
um pedestre via o que todos os outros ignoravam
porque não era problema deles.
e pensando assim,
aquela nave espacial levando embora o seu amor
só existia para ele e ninguém mais.
problema de outra pessoa.
não deles,
nunca deles.

Todo teu

através de processos meióticos e mitóticos
cá estou.
46 cromossomos, inteirinho ao seu dispor.

Friday, November 17, 2006

Deixa?

deixa eu brincar de ser feliz?
ou vai me prender para sempre?
deixa eu brincar de ser feliz?
ou vai fazer cu doce pra sempre?

Você

e você é fria demais
até para uma pedra de gelo.

e na verdade,
eu acho é que você foi mal comida.

Coração enjaulado

agora são 3 da manhã
e você está comendo sozinha.

Tetra Tri

palavras não fazem almas.
por mais belas que elas sejam,
nenhuma se constrói com tão pouco.

crianças não se fazem sozinhas.
a inocência não nasce mais,
só morre a cada poer.

o laranjal não cheira mais tão bem
desde que as últimas laranjas foram vendidas
para que fizessem suco de caixa.

e as parreiras...
ah, o que dizer das parreiras?
estão na áfrica do sul.

Rainhas da Idade da Pedra

feche os olhos e veja o céu caindo.

Vai

Solta a porra dos pulmões, vadia, e grita que me ama.
grita
grita
grita
grita
grita
grita
grita
grita
grita
grita
GRITA!!!
porra...

Ecce Hominidae Sifiliticus

noite.
lençóis sujos de merda,
de porra, de mijo,
mas ainda assim estão mais limpos
que sua boca
que ousei beijar.

eis o homem sifilítico,
moldado em carne e osso,
para o deleite de todos.

Thursday, November 16, 2006

Ao leitor invisível...

palavras inescritas.

espero compreensão, caro amigo.
Não prometo nada,
portugûeis bem iscrito
ou palavra bem falada.
logo, não há o que se cumprir pur aqui.
Disfaço-me du mundo, liqüefaço-me
inquanto tu fica com a bunda quadrada
na frente duma tela brilhante que nada acrescenta.
E talvez tu diga um: "puta merda quanta letra"
ou um: "esse cara escreve ruim pra cacete! meu deus!"
talvez tu entenda o que essas palavra signifique
e talvez, somente talvez,
você goste do que tem aqui.

mas não estou pressionando,
não quero que você goste de mim.
só preciso que você me ame.

Wednesday, November 15, 2006

I

você grita,
esperneia, chora
para que o mundo te ouça,
mas se finge de surdo.

Loteria

palavras aleatórias
como os números que giram na sua cabeça.
então, neném, você vê tudo aquilo que evitava,
mas agora deve ser visto
e você reclama da vida, da morte, de mim e do mundo
culpando-nos todos por você.
criança, você chora de raiva.
para mim, é um prazer ver-te assim.
sorrio um riso fino, comprimo o canto dos lábios.
solto um suspiro de paz
e durmo.

Tuesday, November 14, 2006

14 de Novembro, flores, tesouras, fotos e cola

os retratos espalhados no chão
e o tubo de cola sobre a mesa:
o cenário perfeito para uma noite de novembro
fria e morta.
no mês dos mortos,
as gotas que caem têm gosto de sangue
e nas paredes ecoa aquela velha canção
que dizia: "só mais uma
canção de amor, mais uma canção de amor"
mais uma canção de amor
e eu morrerei de tanto amor.

Espelho

mas os olhos,
são eles que se fazem de cegos.
minha razão, meu amor,
não quer enxergar as lágrimas que teimam em cair,
borrando tua maquiagem
e deixando-te mais bela.

Os Sonhos

E os sonhos, criança.
Os sonhos são maldições.
Porque não passam disso que são.
Sonhos.