todo dia ela faz tudo do mesmo jeito que ela sempre fez
do mesmo jeito que ele disse que ela sempre fazia
e com os mesmos movimentos,
a mesma precisão.
todo dia ela faz tudo do jeito que sempre faz
com todos os trejeitos,
com os mesmos defeitos e imperfeições
com os mesmos erros.
todo dia ela faz tudo sempre tão repetidamente igual ao ontem
ao anteontem ao dia antes do de antes de ontem
e ela faz tudo igual desde o primeiro dia em que começou a fazer as coisas do jeito que faz
e sempre é igual.
do mesmo jeito sempre.
e ela nunca,
nessas incessantes repetições,
nunca cansou de se repetir
e eu nunca cansei de ela se repetir.
porque todo dia,
no meio de todas as repetições,
entre um bom dia mecânico
e um bom trabalho automático,
há um beijo sempre apaixonado.
sempre humano.
um beijo dela que é para mim e somente para mim
desde o dia em que resolvemos
que iríamos repetir as coisas
do jeito que elas deveriam ser repetidas.
e todo dia
quando ela faz tudo igual,
do jeito que eu amo,
eu faço tudo do jeito que ela ama,
tudo igual.
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