Sunday, January 31, 2010

Calor.

sinto calor
e não é o calor dos teus braços me envolvendo.

sinto calor e isso não é bom
porque não provém dos teus lábios quentes.

sinto calor
e me sinto triste
porque eu não estou com você.

Tuesday, January 26, 2010

Pedra.

meu bem, devo dizer
que há algo além de você
que eu ame mais que tudo.

e eu sinto muito que eu não possa
conseguir deixar tudo de lado por ti,
mas é que o que sinto vem de antes
de antes até mesmo de mim.

então, não sinta ciúmes, beibe,
porque há em meu peito
amor mais que suficiente para vocês

um dia eu conheci a alegria
de ver teu sorriso
e pude ver o que é ser feliz.

espero que você, neném,
também consiga sentir o que sinto
e amar toda a noite e todo o dia
as pedras que jamais criarão limo.

Monday, January 25, 2010

Mea culpa.

eu estou perdendo você
como já perdi outras tantas coisas importantes na vida.
estou perdendo você aos poucos
e eu sinto cada parte dessa perda.

estou perdendo você
por minha culpa.

ICC.

devo aceitar que as coisas se tornaram
do jeito que estão
por causa de tudo o que fiz
e nada além disso.

devo arcar com as consequências dos meus atos
e lidar com elas da melhor forma possível.

a idéia de que algum dia eu não vá ter você nos meus braços
me aperta o peito e causa uma insuficiência ao meu músculo cardíaco.

eu não queria que fosse assim
não queria que chegasse ao fim.

Sunday, January 24, 2010

Esse domingo.

é domingo e eu queria estar deitado na tua cama
com você
ou talvez vendo na tv
algum dos programas horríveis de domingo
e nós riríamos e desistiríamos de tudo.

é domingo
e você me deixou claro que você não quer estar comigo
só porque eu quero estar com você.

é domingo
e eu sinto os pontos no fundo da minha garganta
e o mesmo gosto ruim
que só você pode levar embora,
mas não leva porque não estou aí,
porque não estás aqui.

é domingo
e vai continuar sendo por um bom tempo.

Do que digo e o que ela diz.

eu a digo
que a amo,
que a quero
e que cada segundo que passo com ela é maravilhoso.

então ela me olha como se eu só contasse mentiras.

ela me diz que não acredita em nada daquilo
diz que eu não a amo
que eu não a quero
que cada segundo que eu passo sem ela devo achar ótimo.

eu me entristeço porque...
porque eu sou o que minhas palavras dizem
e não acho que eu difira tanto assim das minhas ações,
mas ela... ela... eu não sei o que ela quer
e todas as vezes que ouço o que ela diz
sobre como eu me sinto em relação a nós
me sinto mal, me sinto errado
e não é bom...

Saturday, January 16, 2010

Cones e bastonetes.

há coisas monocromáticas,
pretas e brancas,
brancas e pretas,
que se tornam verde, laranja e azul
ao mesmo tempo por você.

Poço sem fim.

e toda vez que eu ouço
que alguém está caído por alguém
eu penso, meu bem,
"mais um a cair
e me acompanhar na queda
desse poço sem fim"

Tuesday, January 12, 2010

"Se estiver sozinha, podes falar comigo."

você pode falar comigo
quando for
e sobre o que for
que eu serei todo ouvido
para você,
meu amor.

Sunday, January 10, 2010

Mas eu não sou cantor.

"me cante uma canção"
ela diz quase caindo no sono ao meu lado.
e então eu entôo os versos que guardei só para ela
nas cavidades do meu coração.

As coisas na gaveta.

as coisas que deixamos na gaveta
às vezes nos fazem lembrar do que não queremos,
mas muitas vezes podem nos surpreender
com os sorrisos que esquecemos.

as coisas que deixamos na gaveta
são pequenos pedaços da nossa história,
contada de forma não linear
completamente aleatória.

as coisas que deixamos na gaveta
algum dia estiveram fora dela
e alguma hora de lá sairão.

"eu quase fui feliz."

então eu te encontrei
e percebi
que você era o que faltava
para que todos os quases
desaparecessem.

Saturday, January 09, 2010

Das coisas que ela me perceber quando estou só com meus pensamentos.

é quando estou só
que eu penso em você
e percebo assim
que com você consigo
até sorrir.

Friday, January 08, 2010

Outros tempos.

me falaram que a escrita serve
para reclamar e bem dizer o que quer.

se é essa a sua função,
acredito que a reclamação
da minha parte já acabou.

é possível que seja o fim?
é provável que não haja mais poesia aqui?

já há tempos que não há,
mas ainda insisto sem entender bem o porquê.

me falaram que a escrita é reclamar,
e que se não há do que fazê-lo, não há o que escrever.

e agora, o que é que faço? reclamo da escrita? viro poeta das palavras
sem o sentimento e lirismo que eu tanto gosto
e tanto admiro?

é como me disseram:
você não é mais poesia.

acabou-se.

mas eu sou cabuloso, mas eu insisto,
mas eu não deixo morrer
quem me sustentou por tanto tempo,
mesmo que para isso eu deva acabar com ela,
destrui-la inteira,
esbagaçá-la toda, deixando-a pior
que buceta de prostituta em fim de noite de trabalho.

meus versos não cantam mais,
não dizem mais nada que linhas inteiras da mais correta prosa não possa dizer em sua mais completa perfeição,
mas não.

não hei de me render ao que sou.
continuarei a tentar fingir tudo aquilo que eu talvez não seja,
porém não saiba bem ao certo.

é tempo de repensar em tudo isso...
é tempo de semear, não de colher.
é tempo de esperar o fruto crescer
e criar sua carne para que possamos mordê-la e comê-la e saboreá-la.
é tempo de qualquer outra fruta, menos as da poesia
por aqui.

Ar.

é o cheiro dela que sinto em minhas mãos
e a visão de seu corpo ainda está na minha mente
apesar de já terem passado horas desde a última vez em que a vi
estirada no chão, morta.

é do seu calor que mais sentirei falta,
do seu sorriso e sua risada,
das manhãs em que ela me dava um beijo na testa
e dizia que o sol já caminhava.

e é quando ouvir alguma canção boba ao longo do dia
e lembrar que era a que ela costumava cantar
que sentarei n'algum canto à beira de lágrimas
e um peso imenso em meu peito acabará com minha energia.

me lembro de suas mãos suaves passeando pelos meus poucos cabelos
e de como cuidava de suas coisas com um imenso zelo
lembro também de quando passava um dia sem vê-la
e a vida não parecia mais tão bonita.

são seus olhos que vejo quando fecho os meus e me ponho a pensar
e é sua respiração que escuto aqui ao meu lado.
é dela inteira, cada pedaço que se foi, que mais sinto falta
e não há outras formas de dizer tudo isso.

Monday, January 04, 2010

Folhas de sonho.

enquanto o mundo dorme
e sonha vidas de outros lugares,
eu olho cada um deles,
colho os mais lindos
e me deleito.