Sunday, February 08, 2009

Um dia normal.

era com um sacudir matinal que eu acordava,
olhava ao redor e tudo parecia
exatamente como tudo era antes de eu ir pra casa.

era com nojo e um grande não,
que a cama, a quem tanto amava, me expulsava de si
como tantas outras farão.

era com medo que encavara aquele rosto
que nunca me acostumara a ver refletido no espelho
e sempre me demonstrava imenso desgosto.

havia sempre alguém à porta, chamando sem parar
enquanto eu tentava esfriar pensamentos
e esquecer do dia que teria que enfrentar

havia sempre um céu cinza,
representando uma constante ameaça,
e logo eu esperava as cusparadas de desprezo divinas

havia sempre as pessoas se esforçando,
forçando sorrisos, forçando a vida,
forçando caminho entre os que caminham.

e o dia seguia sempre assim,
amedrontado, desgostoso, enojado,
ia esquentando com o tempo e nos enganava.

a vida ia assim, arrastando-se pelos cantos,
sujando-se enquanto seguia um caminho que era tão certo
quanto qualquer outro caminho a se seguir.

volto ao canto que me acolhe
recolho-me onde sempre estive
e espero enquanto o dia escorre.

e, como todos os dias que existem costumam fazer,
sempre sem respeitar nossas vontades,
esse, em que vivi, resolveu que ia morrer.

1 comment:

Anonymous said...

Nao deixe que morra.