você sorri.
mostra teus dentes brancos como neve
brancos como papel
enfim, brancos.
e eles estão ficando amarelos
e velhos
como numa fotografia,
por causa do cigarro,
do café,
dos vícios, meu bem.
é o tempo agindo,
fazendo marcas,
que não vão melhorar
nunca.
seu sorriso branco
se foi
seus lábios que se abriam
para mostrar-me como sorria
tremem, se mordem,
sangram
e eu não sei o que fazer,
o que esperar.
eu sento,
seguro a tua mão.
no escuro.
tudo parece claro,
é que não quero enxergar
não quero aceitar.
sei lá,
não tem bem o que ser aceito.
não quero ir,
não quero que se vá.
segura a sua mão,
vai embora sem olhar para trás.
sem terminar aquela palavra,
sem terminar aquele beijo.
e eu não lembro do teu cheiro,
não lembro da tua voz.
sinto uma imensa vontade de chorar,
de gritar,
de agir violentamente com todos
porque a culpa é do mundo
e de ninguém
e, especialmente,
a culpa é tua, toda tua,
mas eu não quero te deixar ir,
não enquanto penso nisso.
então eu fecho os olhos de novo
penso que tudo é um sonho ruim
um sonho ruim
é, eu vou acordar agora e você vai estar bem
e me falar
"calma, calma,
já passou, foi só um pesadelo"
e passar a mão sobre minha testa
cheirar meus cabelos
dizer que está ali,
que podemos sair pra onde quisermos.
mas é tudo mentira.
e eu não posso mais te ter comigo,
não posso mais sentir o teu calor
nem teus beijos.
e nunca mais vou te ouvir chamar meu nome.
e...
toda noite eu penso em como seria com você aqui,
como seria diferente.
mas nunca saberei.
nunca saberemos.
e eu te amo.
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