poetas necrófilos
em cidades de ossos
e cheiro de carniça
fazem nascer a música dos rastejantes.
o som das asas do corvo,
negro como deus,
quebra o frágil silêncio em milhares de peças
minúsculas como a luz do sol
que não brilha nessa terra.
duas órbitas vazias procuram como olhos famintos
pelo corpo que saciará sua fome e sua sede
o sangue ferroso corre em sua língua
a carne podre desfaz-se em suas mãos.
ele já teve de tudo
como nos clichês:
"era feliz e não sabia"
mas, um dia, ele teve o azar
de encontrar o amor em seu caminho.
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