você me diz segredos no ouvido
e teu cheiro me vem
como a primavera,
devagar, sem se notar,
mas enchendo o lugar de coisas
que antes não estavam lá.
você me faz dizer coisas
no teu ouvido
que ouvido nenhum nunca antes havia esctuado,
faz com que eu diga verdades
que eu guardava a sete chaves,
faz com que eu confie.
você até chega a me dar beijos
e jurar-me amor por tempos e tempos
e eu, na minha empolgação,
na minha tolice, juvenilidade,
acredito em cada promessa feita sob a luz fluorescente
do quarto trancado,
na noite escura e quente.
então, você pede pra que eu me enrosque em você
que você quer me sentir perto
e eu jogo minhas pernas por cima das tuas,
te seguro pela cintura,
beijo tua bregma
e, sem notar,
te digo que te amo.
eu sou fraco
e você me explora,
é sempre assim.
eu não consigo não dizer que amo
quando o faço,
depois que aprendi que falar
é melhor que calar,
porque assim as dores têm motivos...
a vida tem seguido de forma confusa.
você me diz
que não tem mais tempo
que não tem mais espaço
que não tem mais nada...
você diz tudo isso para mim,
que te deu tudo isso,
tudo o que você não tem...
eu sei agora que
o que você nunca teve, amor,
foi amor.
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