tanta canção,
tanta poesia,
tão poucos dias,
tão pouco coração.
Saturday, February 28, 2009
Para minha regra.
era ela que,
entre tantas coisas,
lia para mim
antes de dormir
trechos dos livros,
que eram seus preferidos.
lia das moças lindas
que não sabiam voar
e dos moços feios
que nunca souberam amar.
era ela que
antes mesmo que o sol poesse
apontava um livro
e dizia "é esse"
abria numa página qualquer
e fazia minha noite
ser diferente
dentre todas as outras,
especial entre tantas mais,
era, o que para mim,
a fazia tão anormal,
fora de todo o padrão,
a mais bela exceção.
entre tantas coisas,
lia para mim
antes de dormir
trechos dos livros,
que eram seus preferidos.
lia das moças lindas
que não sabiam voar
e dos moços feios
que nunca souberam amar.
era ela que
antes mesmo que o sol poesse
apontava um livro
e dizia "é esse"
abria numa página qualquer
e fazia minha noite
ser diferente
dentre todas as outras,
especial entre tantas mais,
era, o que para mim,
a fazia tão anormal,
fora de todo o padrão,
a mais bela exceção.
Nuvens cinzas no céu.
querida garota,
você era uma deusa,
e eu tenho a tendência
a não crer
nessas coisas...
ouça,
eu não queria que você sumisse assim,
mas é desse jeito que a vida brinca.
você era a estrela mais brilhante no céu,
mas o céu sempre é encoberto por nuvens
e você sumiu numa nuvem de poeira
para nunca mais nos encontrarmos.
você era uma deusa,
e eu tenho a tendência
a não crer
nessas coisas...
ouça,
eu não queria que você sumisse assim,
mas é desse jeito que a vida brinca.
você era a estrela mais brilhante no céu,
mas o céu sempre é encoberto por nuvens
e você sumiu numa nuvem de poeira
para nunca mais nos encontrarmos.
Friday, February 27, 2009
Se um dia você se for, meu bem, minha vida vai embora.
e se acabar,
meu bem,
aí eu realmente não sei o que vai ser de mim.
e se você me disser,
como quem não quer nada,
que vai embora pra nunca mais voltar,
que eu nunca mais vou te escutar,
sentir o que sinto quando quase tenho você em meus braços...
bem...
eu realmente não sei, então,
o que será de mim.
pode ser que eu morra
sem você comigo
pode ser que eu siga
sem nunca mais sentir,
mas viver...
viver eu não vou mais.
não sem você.
meu bem,
aí eu realmente não sei o que vai ser de mim.
e se você me disser,
como quem não quer nada,
que vai embora pra nunca mais voltar,
que eu nunca mais vou te escutar,
sentir o que sinto quando quase tenho você em meus braços...
bem...
eu realmente não sei, então,
o que será de mim.
pode ser que eu morra
sem você comigo
pode ser que eu siga
sem nunca mais sentir,
mas viver...
viver eu não vou mais.
não sem você.
O cheiro que falta aos sonhos é o cheiro que nos faz a alma.
e tudo o que a gente sonha,
um dia,
como tudo mais no mundo,
se torna,
como nós,
falhos e fracos,
insustentáveis,
água, perfume e pó.
um dia,
como tudo mais no mundo,
se torna,
como nós,
falhos e fracos,
insustentáveis,
água, perfume e pó.
Noites e noites, só nós e nós mesmos.
saem as notas tronchas
do meu violão
e eu sigo cantando
a velha canção
que diz que não,
meu bem,
eu não vou te deixar
partir meu coração
como você tanto quisera
e que,
ao contrário do que se pensa,
tudo o que passou
pesou para mim,
na balança de coisas importantes da vida,
tanto quanto uma pluma.
repete-se o refrão,
e todos cantam em coro,
fecham os olhos
como se a ferida se abrisse
na alma de todos -
porque já se feriram nas batalhas -,
no peito de todos.
e os gritos cortam o ar,
as cordas de nailon são cobertas pelas de carne
e alguém solfeja o instrumento que falta.
estamos todos juntos,
ao redor de vários copos vazios
e alguns cheios,
sorrindo e brincando entre amigos,
acompanhados, mas sozinhos
em seus lamentos e dores,
esquecendo ao poucos,
bem pouco,
tão pouco que quase há tempo de lembrar.
do meu violão
e eu sigo cantando
a velha canção
que diz que não,
meu bem,
eu não vou te deixar
partir meu coração
como você tanto quisera
e que,
ao contrário do que se pensa,
tudo o que passou
pesou para mim,
na balança de coisas importantes da vida,
tanto quanto uma pluma.
repete-se o refrão,
e todos cantam em coro,
fecham os olhos
como se a ferida se abrisse
na alma de todos -
porque já se feriram nas batalhas -,
no peito de todos.
e os gritos cortam o ar,
as cordas de nailon são cobertas pelas de carne
e alguém solfeja o instrumento que falta.
estamos todos juntos,
ao redor de vários copos vazios
e alguns cheios,
sorrindo e brincando entre amigos,
acompanhados, mas sozinhos
em seus lamentos e dores,
esquecendo ao poucos,
bem pouco,
tão pouco que quase há tempo de lembrar.
Wednesday, February 18, 2009
"Deixa pra lá, é carnaval."
há fantasias
e milhares de pessoas a dançar no salão,
enchendo a cara e sorrindo sem porquês.
esquecer é o motivo de todas as festas,
das alegrias,
esquecer das tristezas que nos fizeram ser quem somos agora.
toda hora, alguém cai no chão e levanta gargalhando
e todos são amigos de todos
e não há quem seja ruim.
até que chega o fim, as máscaras se dissolvem no suor,
o calor do corpo passou,
só resta o cansaço na carne.
ardem os olhos pelos dias que não se dormiu,
doem os músculos pelo esforço realizado, todos morrem.
na quarta feira, todos são cinzas.
caminham os mortos por mais um ano,
até ressuscitarem para mais festa,
para mais alegria, para um novo fim.
e milhares de pessoas a dançar no salão,
enchendo a cara e sorrindo sem porquês.
esquecer é o motivo de todas as festas,
das alegrias,
esquecer das tristezas que nos fizeram ser quem somos agora.
toda hora, alguém cai no chão e levanta gargalhando
e todos são amigos de todos
e não há quem seja ruim.
até que chega o fim, as máscaras se dissolvem no suor,
o calor do corpo passou,
só resta o cansaço na carne.
ardem os olhos pelos dias que não se dormiu,
doem os músculos pelo esforço realizado, todos morrem.
na quarta feira, todos são cinzas.
caminham os mortos por mais um ano,
até ressuscitarem para mais festa,
para mais alegria, para um novo fim.
A história vem em ciclos.
não há aprendizado com o que se viveu.
você repete padrões,
sempre,
e é assim que a vida segue.
você repete padrões,
sempre,
e é assim que a vida segue.
Sunday, February 15, 2009
B.
o copo vazio me lembra
qualquer coisa que eu não deveria lembrar,
me lembra um bar onde eu não deveria estar.
o corpo vazio, sem vida, me lembra
que nem sempre é beleza que existe
que há também, entre nós todos, uma imensa falta de padrões.
a mente cheia me lembra
de tantas coisas que eu devia esquecer
me lembra noites frias sozinho pensando em quem sofreria quando eu morrer.
não há mais o que beber, o que pensar, o que escrever,
não há mais nada aqui para nos entreter
e eu fico assim, de braços vazios, pálpebras pesando,
longe da terra dos sonhos, longe da terra dos vivos.
qualquer coisa que eu não deveria lembrar,
me lembra um bar onde eu não deveria estar.
o corpo vazio, sem vida, me lembra
que nem sempre é beleza que existe
que há também, entre nós todos, uma imensa falta de padrões.
a mente cheia me lembra
de tantas coisas que eu devia esquecer
me lembra noites frias sozinho pensando em quem sofreria quando eu morrer.
não há mais o que beber, o que pensar, o que escrever,
não há mais nada aqui para nos entreter
e eu fico assim, de braços vazios, pálpebras pesando,
longe da terra dos sonhos, longe da terra dos vivos.
Saturday, February 14, 2009
Desordem.
sozinho, sentado no cimento em frente ao lar,
eu via o sol passar por sobre nossas cabeças.
e, entre a tarde e a noite do relógio,
ia embora como quem tem marcada a hora no dentista.
heras crescem no jardim de inverno
e invadem a casa,
entrando em nosso caminho.
não lembro bem de como
ou dos porquês daquela noite,
mas sei que era tudo do jeito que era.
eu via o sol passar por sobre nossas cabeças.
e, entre a tarde e a noite do relógio,
ia embora como quem tem marcada a hora no dentista.
heras crescem no jardim de inverno
e invadem a casa,
entrando em nosso caminho.
não lembro bem de como
ou dos porquês daquela noite,
mas sei que era tudo do jeito que era.
satisfatório seria ter você acordando ao meu lado todo dia.
lembro de nós acordando
assim meio que sem querer,
sem nunca querer levantar,
olhar um para a cara do outro
e rir.
aí, logo depois de brincarmos de qualquer besteira
de sorrirmos do rosto amassado um do outro,
calávamos, fazíamos as coisas de sempre,
e cada um ia viver.
você - sempre com os olhos pequenos,
mesmo depois de lavar o sono embora -
vestia suas roupas de dona do mundo,
rainha do espaço infinito de uma casca de noz
e nós, destraídos por qualquer besteira que existisse,
nos afastávamos somente para,
ao fim de cada dia, nos unirmos mais uma vez.
talvez tenha sido assim que conseguimos nos manter
por tanto tempo juntos.
ou talvez esse tenha sido o motivo de cada um ter ido para seu lado
sem se preocupar mais um com o outro.
aos poucos, vou pensando nessas coisas,
e nunca chego a conclusões satisfatórias.
assim meio que sem querer,
sem nunca querer levantar,
olhar um para a cara do outro
e rir.
aí, logo depois de brincarmos de qualquer besteira
de sorrirmos do rosto amassado um do outro,
calávamos, fazíamos as coisas de sempre,
e cada um ia viver.
você - sempre com os olhos pequenos,
mesmo depois de lavar o sono embora -
vestia suas roupas de dona do mundo,
rainha do espaço infinito de uma casca de noz
e nós, destraídos por qualquer besteira que existisse,
nos afastávamos somente para,
ao fim de cada dia, nos unirmos mais uma vez.
talvez tenha sido assim que conseguimos nos manter
por tanto tempo juntos.
ou talvez esse tenha sido o motivo de cada um ter ido para seu lado
sem se preocupar mais um com o outro.
aos poucos, vou pensando nessas coisas,
e nunca chego a conclusões satisfatórias.
Friday, February 13, 2009
Homem.
fecha a porta quando for
e não deixa o frio entrar
que aqui dentro, o calor,
não te quer indo pra lá.
fecha os olhos, por favor,
e me abraça muito forte.
quero esquecer da dor
que sempre segue a morte.
diz o que eu quero ouvir
aqui, bem no meu ouvido,
diz que vai ficar aqui
e ser sempre o meu marido.
beija minha boca com a tua,
enche meu ser de você
que eu quero dizer à rua
que nós dois nunca vamos morrer.
e não deixa o frio entrar
que aqui dentro, o calor,
não te quer indo pra lá.
fecha os olhos, por favor,
e me abraça muito forte.
quero esquecer da dor
que sempre segue a morte.
diz o que eu quero ouvir
aqui, bem no meu ouvido,
diz que vai ficar aqui
e ser sempre o meu marido.
beija minha boca com a tua,
enche meu ser de você
que eu quero dizer à rua
que nós dois nunca vamos morrer.
Thursday, February 12, 2009
Wednesday, February 11, 2009
Do livro do Destino.
é por umas,
por outras,
por todas,
que me orgulho de tudo,
me emociono com tudo,
e amo todos.
é com umas,
com outras,
com muitas,
que fico calado pensando,
pensando em como tudo foi
como devia ser
e de nenhum outro jeito além dele.
e se existisse um destino,
um deus a quem se agradecer por tudo o que escreveu para mim,
mesmo sem saber do fim,
eu acho que até agora,
o que foi escrito nem é assim tão ruim.
por outras,
por todas,
que me orgulho de tudo,
me emociono com tudo,
e amo todos.
é com umas,
com outras,
com muitas,
que fico calado pensando,
pensando em como tudo foi
como devia ser
e de nenhum outro jeito além dele.
e se existisse um destino,
um deus a quem se agradecer por tudo o que escreveu para mim,
mesmo sem saber do fim,
eu acho que até agora,
o que foi escrito nem é assim tão ruim.
A beleza de dizer...
há o que fica entalado pedindo para sair,
pressionando para conseguir a liberdade.
e há o que gosta de ficar dentro,
confortável entre tantas coisas não ditas.
pressionando para conseguir a liberdade.
e há o que gosta de ficar dentro,
confortável entre tantas coisas não ditas.
Monday, February 09, 2009
Z.
algo que não sei explicar
em coisas que me faltam palavras para descrever.
e, se um eu te amo não bastar
para essas coisas,
então eu não sei mais o que dizer.
em coisas que me faltam palavras para descrever.
e, se um eu te amo não bastar
para essas coisas,
então eu não sei mais o que dizer.
Né?
é das verdades que precisamos
seja em verso,
seja em prosa.
é um aceno leve de cabeça
que concorda com aquilo
que não há como se negar.
é assim que deve ser,
mas nem sempre o é.
seja em verso,
seja em prosa.
é um aceno leve de cabeça
que concorda com aquilo
que não há como se negar.
é assim que deve ser,
mas nem sempre o é.
Sunday, February 08, 2009
Um dia normal.
era com um sacudir matinal que eu acordava,
olhava ao redor e tudo parecia
exatamente como tudo era antes de eu ir pra casa.
era com nojo e um grande não,
que a cama, a quem tanto amava, me expulsava de si
como tantas outras farão.
era com medo que encavara aquele rosto
que nunca me acostumara a ver refletido no espelho
e sempre me demonstrava imenso desgosto.
havia sempre alguém à porta, chamando sem parar
enquanto eu tentava esfriar pensamentos
e esquecer do dia que teria que enfrentar
havia sempre um céu cinza,
representando uma constante ameaça,
e logo eu esperava as cusparadas de desprezo divinas
havia sempre as pessoas se esforçando,
forçando sorrisos, forçando a vida,
forçando caminho entre os que caminham.
e o dia seguia sempre assim,
amedrontado, desgostoso, enojado,
ia esquentando com o tempo e nos enganava.
a vida ia assim, arrastando-se pelos cantos,
sujando-se enquanto seguia um caminho que era tão certo
quanto qualquer outro caminho a se seguir.
volto ao canto que me acolhe
recolho-me onde sempre estive
e espero enquanto o dia escorre.
e, como todos os dias que existem costumam fazer,
sempre sem respeitar nossas vontades,
esse, em que vivi, resolveu que ia morrer.
olhava ao redor e tudo parecia
exatamente como tudo era antes de eu ir pra casa.
era com nojo e um grande não,
que a cama, a quem tanto amava, me expulsava de si
como tantas outras farão.
era com medo que encavara aquele rosto
que nunca me acostumara a ver refletido no espelho
e sempre me demonstrava imenso desgosto.
havia sempre alguém à porta, chamando sem parar
enquanto eu tentava esfriar pensamentos
e esquecer do dia que teria que enfrentar
havia sempre um céu cinza,
representando uma constante ameaça,
e logo eu esperava as cusparadas de desprezo divinas
havia sempre as pessoas se esforçando,
forçando sorrisos, forçando a vida,
forçando caminho entre os que caminham.
e o dia seguia sempre assim,
amedrontado, desgostoso, enojado,
ia esquentando com o tempo e nos enganava.
a vida ia assim, arrastando-se pelos cantos,
sujando-se enquanto seguia um caminho que era tão certo
quanto qualquer outro caminho a se seguir.
volto ao canto que me acolhe
recolho-me onde sempre estive
e espero enquanto o dia escorre.
e, como todos os dias que existem costumam fazer,
sempre sem respeitar nossas vontades,
esse, em que vivi, resolveu que ia morrer.
Saturday, February 07, 2009
Obra de museu.
um quadro,
uma escultura,
arte
que é linda de se ver
que se quer tanto ter,
mas sabe-se que,
no fim,
há coisas melhores em que se investir.
uma escultura,
arte
que é linda de se ver
que se quer tanto ter,
mas sabe-se que,
no fim,
há coisas melhores em que se investir.
Um novo dia brilha, nova Era surgirá.
um novo dia sempre está por vir.
é só esperar um pouco,
ele não tarda.
vem por ali, como quem nada quer,
sobe aos céus o sol de sempre
e passeia por sobre nossas cabeças.
faz-se como bem quer,
e não há nada que possamos fazer
para fazê-lo ficar.
um novo dia sempre está por vir.
e, por mais parecido que todos sejam,
cada um faz uma promessa diferente aos nossos ouvidos.
é só esperar um pouco,
ele não tarda.
vem por ali, como quem nada quer,
sobe aos céus o sol de sempre
e passeia por sobre nossas cabeças.
faz-se como bem quer,
e não há nada que possamos fazer
para fazê-lo ficar.
um novo dia sempre está por vir.
e, por mais parecido que todos sejam,
cada um faz uma promessa diferente aos nossos ouvidos.
Joguete divertido.
era noite
escura
e eu , lá fora com meus sonhos,
caminhava entre dejetos e ratos.
era mais uma data
entre tantas outras
perdidas nos calendários da vida
e eu ali, entre as criaturas rastejantes,
me escondia da luz do dia
que sempre teimava em voltar.
era,
mais uma vez,
uma tentativa de me fazer ser
algo menor, um ninguém,
para sofrer por pura diversão.
escura
e eu , lá fora com meus sonhos,
caminhava entre dejetos e ratos.
era mais uma data
entre tantas outras
perdidas nos calendários da vida
e eu ali, entre as criaturas rastejantes,
me escondia da luz do dia
que sempre teimava em voltar.
era,
mais uma vez,
uma tentativa de me fazer ser
algo menor, um ninguém,
para sofrer por pura diversão.
Friday, February 06, 2009
Dois.
as moscas rondam os corpos
que há dias estão juntos para sempre.
pousam em órbitas vazias,
alimentam-se do que antes era vida.
os ratos atravessam as entranhas
de quem as transformava em tudo o que não eram,
matam seus instintos,
não deixam nada se perder.
as baratas passeiam ao redor,
passam sobre os dois como se nada fossem
e, em número, seriam capazes de carregá-los para onde for.
mas os dois estão lá,
desde que chegou a hora.
ficarão e esperarão pelo fim
de tudo
para que não haja um depois.
que há dias estão juntos para sempre.
pousam em órbitas vazias,
alimentam-se do que antes era vida.
os ratos atravessam as entranhas
de quem as transformava em tudo o que não eram,
matam seus instintos,
não deixam nada se perder.
as baratas passeiam ao redor,
passam sobre os dois como se nada fossem
e, em número, seriam capazes de carregá-los para onde for.
mas os dois estão lá,
desde que chegou a hora.
ficarão e esperarão pelo fim
de tudo
para que não haja um depois.
Roteiro adaptado.
as luzes acendem,
todos caminham em direção à realidade.
algumas cenas ainda estão se repetindo
nas cabeças das pessoas,
mas logo tudo passará
e esquecerão.
todos caminham em direção à realidade.
algumas cenas ainda estão se repetindo
nas cabeças das pessoas,
mas logo tudo passará
e esquecerão.
"Ontem rasguei teu retrato, te matei e dormi."
deita do meu lado assim
que eu gosto do seu frio aqui
comigo,
porque o calor que havia
desceu pelo ralo,
vermelho, quente, correndo.
deita do meu lado,
fecha os olhos
e os mantenha assim
porque não precisamos ver mais nada
quando temos um ao outro.
deita do meu lado
e mantenha a boca fechada,
deixe que um silêncio bom nos envolva,
aquele que diz tudo sem palavras.
deita do meu lado
e fica em paz.
porque agora eu tenho a paz.
que eu gosto do seu frio aqui
comigo,
porque o calor que havia
desceu pelo ralo,
vermelho, quente, correndo.
deita do meu lado,
fecha os olhos
e os mantenha assim
porque não precisamos ver mais nada
quando temos um ao outro.
deita do meu lado
e mantenha a boca fechada,
deixe que um silêncio bom nos envolva,
aquele que diz tudo sem palavras.
deita do meu lado
e fica em paz.
porque agora eu tenho a paz.
Mas ó.
as sandálias couberam bem,
como sempre,
folgadas e confortáveis,
e o sol, lá em cima,
apareceu a nos castigar.
é, meu bem,
você errou.
como sempre,
folgadas e confortáveis,
e o sol, lá em cima,
apareceu a nos castigar.
é, meu bem,
você errou.
Thursday, February 05, 2009
Wednesday, February 04, 2009
Daqueles dias.
de quando éramos só nós,
sorrindo felizes sem grandes preocupações.
de quando éramos, juntos,
o que hoje somos separados.
de quando tudo era sempre belo
e a falta de beleza no mundo a gente nem ligava.
de quando tudo não era ontem, não era amanhã,
era agora.
sorrindo felizes sem grandes preocupações.
de quando éramos, juntos,
o que hoje somos separados.
de quando tudo era sempre belo
e a falta de beleza no mundo a gente nem ligava.
de quando tudo não era ontem, não era amanhã,
era agora.
Proteções.
a cortina protege da luz
que teima em entrar,
queimar,
arder.
a janela protege dos sons
que querem atrapalhar,
ensurdecer,
magoar.
o lar protege do mundo
que quer ferir,
machucar,
acabar.
que teima em entrar,
queimar,
arder.
a janela protege dos sons
que querem atrapalhar,
ensurdecer,
magoar.
o lar protege do mundo
que quer ferir,
machucar,
acabar.
Tuesday, February 03, 2009
"Eu não me esqueço jamais."
não desaparecerei,
não me esquecerei,
porque você não deixará
e eu não quererei.
não me esquecerei,
porque você não deixará
e eu não quererei.
Monday, February 02, 2009
Obrigado
foi em teus braços que eu me encontrei
quando tanto queria me perder.
foi você quem me disse:
vai, segue em frente.
e eu segui.
quando tanto queria me perder.
foi você quem me disse:
vai, segue em frente.
e eu segui.
Sunday, February 01, 2009
"Janeiro acabou..."
como tudo mais que é bom,
como tudo mais que é ruim,
como tudo o que existe,
todo mundo tem um fim.
como tudo mais que é ruim,
como tudo o que existe,
todo mundo tem um fim.
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