sentado num trono de ouro, entre montanhas de diamantes,
ele aguarda um momento que talvez nunca se apresente.
as dançarinas em seu torno dançam, os soldados de seu exército marcham,
para onde vai a nação, pergunta o povo,
mas o povo clama com vozes e brados que inaudíveis à nobreza.
sentado em um trono, ao lado de uma rainha cuja beleza trouxe guerras e nunca paz,
observa bandejas movendo-se no eterno banquete,
enquanto criados rastejam pelos restos de alimento,
e o vinho escorre de seus lábios e o cega.
as frutas, frescas e suculentas, escorrem o sumo pelos corpos das concubinas,
enquanto bocas sem dentes e línguas frias buscam os recônditos de seus corpos,
e o rei de todos ri, embriagando-se de poder,
segurando seu cajado incrustado de gemas, e sentado em seu trono gigante,
não fecha os olhos por um momento sequer, porque não quer que nada se perca à vista,
mas lhe foge à mente a idéia de que a cada segundo perde um pouco sua vida,
e que a eternidade nunca virá, e reis caem, e novos reis se fazem,
e o povo uma hora se tornará seu próprio rei,
e cada um terá sua chance no grande trono que é a vida,
e todos dançarão a ciranda do poder, mas cairão todos de exaustão,
no entanto sempre haverá alguém disposto a encerrar um banquete
se proclamando o novo dono da festa.
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