gostava dela
porque ela era minha ouvinte,
minha conselheira,
minha irmã,
minha amante,
minha amiga,
minha mãe.
tudo o que uma mulher
de verdade poderia ser.
gostava dela por tudo o que ela era para mim
e não pelo que ela podia ser para os outros.
hoje
não sinto falta apenas dela,
de sua pouca carne sobre seus ossos,
seu gosto que mal me recordo,
sinto falta da irmã que perdi,
dos conselhos que jamais terei,
do ouvido que já não me escuta,
da amante que já não ama,
da irmã que se perdeu,
da mãe que faleceu,
da amiga que perdi.
sinto falta da idéia
de uma pessoa como ela.
e tenho medo,
medo mesmo,
quando penso que talvez
essa tenha sido minha única chance de segurar alguém assim
e eu tenha perdido.
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