sonhei essa noite
que eu te ligava
e, depois de meses,
você me atendia
sem apelidos carinhosos,
sem frescuras.
"oi"
você me disse
e eu quase desabei.
eu estava um pouco bêbado e não sabia o que fazer.
eu respondi com um oi,
explicando quem era e
dizendo que fazia tempo que a gente não se falava
e que talvez fosse tempo demais.
você ficou calada.
"eu sinto a tua falta" eu disse
do fundo do coração
e expliquei que não era a falta que faz a amante na noite fria
e solitária, onde tudo o que se quer
é o corpo quente do lado.
falei que sentia falta dela como pessoa, como amiga,
que achava um pouco estranho toda distância que existia entre nós
não mais física, apenas.
e ela me perguntou como eu estava e outras coisas
e eu disse como estava e disse as outras coisas,
ela ficou em silêncio quando eu disse que descumpri minha promessa,
já eu sorri, sozinho.
eu quis perguntar tantas coisas,
coisas demais,
algumas sem respostas e outras sem vontade de tê-las
como você deixou claro.
depois de um silêncio demorado demais
pensei que fosse a hora de dizer adeus
e eu pensei em implorar,
sou bom em implorar, você sabe mais que ninguém,
mas preferi não me humilhar mais.
disse boa noite e te desejei o melhor, sempre.
o melhor, meu bem, pra ti.
e você me disse tchau e me chamou pelo nome que você me deu
o nome que nos caracterizava.
eu desliguei e houve uma revoada de borboletas
um transbordamento de represas,
que significavam o fim.
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