Wednesday, February 03, 2010

quando você me disser adeus.

vai doer como o inferno deve doer nos cristãos
que esperam o paraíso.

e vai gritar como o a pleura grita, como os rins gritam,
como cada pedaço de cada doente grita quando sente dor.

vai machucar como uma queda de avião
ou como o descarrilhamento de um trem.

vai ser como se não houvesse mais nada
quando todo mundo continua com tudo
porque é assim que as coisas da vida são, sempre.

vai ser feio de ver e alguém sentirá pena de mim,
quando eu sei que o motivo de você ter se afastado
foi somente meus inúmeros defeitos, meus erros, minhas falhas de caráter.

vai ser como uma noite fria sem cobertor
ou um dia quente sem ventilador ou outra forma de se sentir melhor.

e eu não quero nada disso para mim.

porque eu não sei como provar para você que o que sinto
vai além de qualquer coisa que eu consiga explicar.

não sei como fazer você crer que há mais amor em mim
que nas músicas de amor que tantos cantam e eu também.

a cada dia que passa, acho que suas descrenças em mim crescem
e eu não sou muito esperto para explicar coisas que para mim parecem óbvias
como o meu amor por você (que é o assunto dessas linhas todas)

se eu soubesse rimar, eu rimaria
e faria uma poesia
uma canção pra cantar pra você
do fundo do meu coração.

mas eu só sei desafinar, cantar fora do tom
e termino me afastando quando tudo o que quero é estar junto.

se eu soubesse fazer poemas
que entoassem minha paixão,
eu faria todos pra você...

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