você está do outro lado da mesa
e eu te vejo como se fosse a primeira vez que eu botava meus olhos
em algo bonito.
tua mão segura uma taça de vinho meio cheia,
muito vazia,
e você leva o cristal aos lábios e o toca,
sorve o líquido que te embriaga.
você me nota e, então, sorri
como se não fosse importante o fato
de ambos estarmos ali.
continuo a te observar
como se faz com os animais na selva,
tua quase negligência para com os assuntos do mundo,
teu quase desprezo às pessoas,
teu olha de desinteresse por todos e tudo
me intrigam e me fazem pensar
que talvez você seja a criatura mais fantástica que eu já vi.
você se levanta bruscamente e sai, some.
eu fico com medo de nunca mais te encontrar,
mas logo me acalmo porque sinto tua mão leve no meu ombro
e tua voz clara me dizendo algo baixinho no ouvido.
e lembrarei das palavras por toda a eternidade.
levanto-me, seguro tua mão e sinto o calor que vai me servir de proteção
contra o frio por muito tempo.
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