você me diz tanta coisa
e eu não acredito em nada
porque a tua língua é como faca
afiada cortando a minha carne em vários pedaços
com as mentiras e as verdades
que mal se discernem entre si.
você me diz que alguém virá para nós,
todos nós. e ainda abre a boca para falar
que há sempre algo melhor por vir.
você me diz que nós somos capazes de coisas
que jamais acharíamos poder fazer
e você talvez esteja certa,
mas é bem provável que não.
então sinto os teus braços me apertando de leve
e penso que talvez a vida nem seja tão ruim assim,
que há em algum lugar um pouco do que procuro
e que, mesmo não sendo você que me virá agora,
alguma hora nossos caminhos hão de se cruzar.
e tua boca se fecha e teus olhos se abrem
e você me diz tudo o que há pra ser dito.
dessa forma: em silêncio
discutimos a existência de tantas coisas grandes e pequenas.
depois que você me solta
me diz um adeus baixo.
e eu espero a tua volta desde então.
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