flores regadas a sangue
adubada com corações.
um lírio brota de um átrio direito
aortas desmbocam na tua horta,
onde cresce tudo aquilo que te alimenta
porque nunca te matou.
e ninguém nunca te feriu
ninguém nunca pisou nos ossos que apodrecem
e se demancham no teu solo.
e o perfume do teu jardim
é o cheiro de mal-amor.
sementes jogadas por todo o chão,
destroçadas esperanças do que já foi tanta saudade.
nada germina a não ser o horror
nada nasce que não seja subordinado a você.
e as flores cantam à dor
e nossa tristeza é tua alegria.
estou aqui hoje para pegar meu coração
que há tanto deixei por aqui.
estou partindo para um novo jardim
e deixo esse com muito agrado.
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