a literatura que se quer
é aquela em que se perde no meio
dos sentidos
de ser ter querer poder
é aquela em que se diz o nada
com belas palavras
quando tudo o que você precisa para dizer o nada
é do silêncio.
o tão falado silêncio que cala tantos
não cala os malditos faladores
falam
falam
falam
falam
é tanta coisa que falam
que no mundo inteiro
não há como não se ouvir algo.
falam tão alto
que incomodam o vizinho
com suas crises existênciais.
"vai ser ou deixar de ser na casa do caralho
seu filho da puta!
são 4 da manhã, pára de falar e me deixa dormir!
diferente de você eu não sou vagabundo, tenho que trabalhar cedo, porra!"
e os faladores, todos, sofrem de insônia.
a boca não pára.
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