Friday, December 17, 2010

Sejamos.

ele gosta das músicas velhas
dos artistas mortos
e trágicos.

ele ama os livros amarelos
de autores malditos
dos poemas sujos
de prosa cortante.

ele ama mulheres
como uma máquina
que só precisa de um pequeno estímulo
e está pronto
para te foder
pelo resto da vida.

todos os dias,
trancado no banheiro,
adora ter idéias auto destrutivas.

já se imaginou amarrado por uma corda no pescoço,
já se viu no espelho sem a cabeça,
apenas o queixo ensanguentado do que antes
era um rosto.
ja se imaginou numa banheira quente
com cortes
correndo
ao longo do braço
e mensagens escritas em todos os lugares.

ele não era um exemplo de vida
ele não era ninguém,
mas sonhava
que com a morte
poderia se tornar.

ele sonhava errado,
pobre menino,
e um dia tornou esse sonho realidade
ao pular
do vigésimo
terceiro
andar
e pensar que ia caminhar
com glórias
na outra vida.

não teve tempo para descobrir que não havia outra vida
e que só temos o que nos é dado.

e é por isso que devemos ser gratos.

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