desço as escadas de madrugada,
escutando o eco dos meus passos
enquanto penso em como seria fácil
a vida toda se ela fosse outra coisa
mais simples.
chego às ruas e vejo que isso tudo é difícil:
a vida.
vejo essas coisas no movimento
irregular, não uniforme,
nas pernas que se agitam no ar
nos úteros recebendo pancadas
nas doenças do sangue e do vômito
na fumaça que sobe das pedras queimadas
e dos pulmões estragados.
não sou eu quem busco as dores
nem as lamentações ou as tristezas.
todas essas coisas vêm atrás de mim
todas essas coisas se atraem por mim.
não somos nós os culpados pelos males do mundo.
a vida é.
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