com ela tudo se resumia ao sexo
e às drogas
e a toda a vida que ela não viveu até então,
mas queria viver.
não havia beleza
nem alegria
nem amizade
havia ela e o mundo inteiro de desconhecidos
prontos para virem e irem
como ela vinha e ia na vida de todos.
ela que sorria um riso vazio,
como os olhos que ela tinha,
sem brilho.
ela que dizia
que não tinha tempo
nem medo
nem sentimentos...
ela que vivia
ao extremo.
acabou por ir embora
sem viver o que queria,
sem sentir o grande embrulho
do presente
que é o amor.
ela, que numa noite escura,
subiu aos céus e desceu
como alguns quilos de chumbo,
com o manto de morfeu.
ela que foi minha amiga,
minha amante, minha irmã,
foi para além do horizonte,
o reino do amanhã.
queria um dia revê-la
e que ela mostre para mim
o riso que ela nunca deu
e sinta o amor que nunca sentiu.
mas sei - e me entristeço -
que outra vida não virá,
que o sábio é viver o que temos
com o que temos...
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1 comment:
pois é... "o sábio é viver o que temos com o que temos"...
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