trancado no banheiro depois de anos produzindo
é como se passa os catorze de maneira propícia.
não há poesia que morra
e nem poesia que não se crie:
ela segue acontecendo dentro e fora, fora e dentro,
mas já não é mais tão impulsiva,
se esconde quando vem visita,
prefere a privacidade
das coisas que encontra no banheiro.
catorze, como se fosse três
funcionando como se nem existisse,
mas com tempo o suficiente
para saber que é um ser tão real
quanto qualquer amor possa ser.
trancado no banheiro
por algum tempo, quem sabe,
como adolescente que é,
como criatura confusa e em constante mudança.
quem sabe o que virá?
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