Uma vez nós dois fomos pegos no meio da rua
Por um casal de idosos que chegava de uma de suas raras saídas de casa
Enquanto eu levantava tua saia
E você abria meu zíper.
E rimos depois de ficarmos num misto de vergonha
E orgulho por causa da nossa juventude e da nossa capacidade
De esfregar na cara de um casal de idosos
O desejo e a paixão que pulsava entre nossos corpos
Naquele momento.
E em nossas brincadeiras sobre esse dia
Imaginamos que nossa luxúria influenciou aquele casal
E os inspirou a fazerem amor
(Odeio essa expressão, mas você me disse que velhos não fodem mais
Que cada trepada de velho é ele fazendo amor com a própria vida
E rindo da morte, ao menos um pouco)
E eles ficaram acordados a noite toda,
Porque velhos dormem tão pouco
E nenhum dos dois estava mais acostumado a atividade,
A taquicardia os deixou acordados a noite inteira, até verem, corpos enrugados grudados um no outro pelo suor,
O sol nascer mais uma vez.
Poucas vezes expressamos nosso afeto em público,
Admito que, em parte, isso foi culpa minha,
Mas sempre teremos a lembrança do dia em que começamos a nos atracar em pé
Cheios de tesão e desejo, hormônio e suor,
E um casal de idosos reencontraram em nós
O tesão.
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