o corpo range
treme, geme, estremece,
o corpo é fraco,
feito de carne e osso,
não é aço e concreto,
é falho e feio,
e mole.
o corpo tomba
mãos tronchas, cabeça tonta,
coluna torta, envergada toda,
olhos inchados. pulmão com catarro,
o corpo enfraquece, desfalece,
falece,
falha e morre, para.
o corpo do homem, essa máquina divina,
imagem e semelhança de deus,
é falho como somente
a mente de deus pode criar.
Sunday, November 23, 2014
Wednesday, November 12, 2014
Olha a poesia.
olha a poesia
dita, lida, escrita,
passada tanto tempo
do tempo que foi pensada.
ainda vive a poesia
com força e fôlego em seu pulmão
um grito tão alto que assusta
amedronta e enche de temor
e raiva e vontades, desejos
de mudança da vida que existe
e existia desse mesmo jeito
quando nem nós dois estávamos aqui
(coisas que eu nunca me acostumo, meu deus,
como faz para se adaptar?)
olha a poesia
que nem eu nem você fizemos
que nenhum de nós vivemos
que jamais sonhamos
olha ela em preto e branco
- celulóide (mesmo que o papel esteja amarelado de tempo)
e tinta preta -
olha ela ali,
mas cadê você?
dita, lida, escrita,
passada tanto tempo
do tempo que foi pensada.
ainda vive a poesia
com força e fôlego em seu pulmão
um grito tão alto que assusta
amedronta e enche de temor
e raiva e vontades, desejos
de mudança da vida que existe
e existia desse mesmo jeito
quando nem nós dois estávamos aqui
(coisas que eu nunca me acostumo, meu deus,
como faz para se adaptar?)
olha a poesia
que nem eu nem você fizemos
que nenhum de nós vivemos
que jamais sonhamos
olha ela em preto e branco
- celulóide (mesmo que o papel esteja amarelado de tempo)
e tinta preta -
olha ela ali,
mas cadê você?
Monday, November 10, 2014
Delta t.
Pequeno demais o tempo
Ínfimo quando comparado ao todo
E ainda menor somos nós
Submetidos aos desejos dos segundos
Que passam, arranham, machucam, massacram.
Escravos do minúsculo
É o que somos.
Wednesday, November 05, 2014
Universo umbigo.
a onda que quebra na praia
e a árvore que cai na floresta
o gelo que derrete e se quebra na queda da geleira
o choro do animal moribundo na mata
a vida acontecendo, e ninguém vendo
a baleia emergindo para respirar
o pássaro ruflando suas asas
o vento soprando o pólen e germinando novas plantas
a vida que acontece cheia de vigor
sem ser observada.
quão ínfima é a parte do homem
diante das maravilhas do mundo,
e ainda assim nos colocamos
no centro de tudo.
e a árvore que cai na floresta
o gelo que derrete e se quebra na queda da geleira
o choro do animal moribundo na mata
a vida acontecendo, e ninguém vendo
a baleia emergindo para respirar
o pássaro ruflando suas asas
o vento soprando o pólen e germinando novas plantas
a vida que acontece cheia de vigor
sem ser observada.
quão ínfima é a parte do homem
diante das maravilhas do mundo,
e ainda assim nos colocamos
no centro de tudo.
Na verdade...
a verdade não faz bem,
a verdade não liberta,
a verdade não traz paz,
a verdade não alivia,
a verdade não dá sono,
a verdade não cura,
a verdade não é nada
além dela mesma,
fechada sobre si,
intruncada, um segredo,
a verdade não é novo começo,
a verdade não é fim,
a verdade não é vida,
a verdade não é sinal de boa fé,
a verdade não é prova de amor,
a verdade não é um presente que se dá,
a verdade não é Maior.
a verdade não liberta,
a verdade não traz paz,
a verdade não alivia,
a verdade não dá sono,
a verdade não cura,
a verdade não é nada
além dela mesma,
fechada sobre si,
intruncada, um segredo,
a verdade não é novo começo,
a verdade não é fim,
a verdade não é vida,
a verdade não é sinal de boa fé,
a verdade não é prova de amor,
a verdade não é um presente que se dá,
a verdade não é Maior.
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