Friday, April 04, 2014

Jesus de Praga.

Lembro dos domingos em que era acordado
Pela manhã com o sol e a chuva
E o caminho, debaixo da sombrinha dela
Era cheio de buracos e pedras e lama.

E até chegar lá havia briga e choro,
Havia silêncio e rancor
E dias em que brotava o riso.
Não me recordo de dias felizes.

A felicidade plena me parecia difícil
Quando eu não podia fazer
Aquilo que bem quisesse.

E com ela eu não podia ter vontades
Que não fossem condizentes com as dela.

No local, a igreja do bairro,
Na qual não entro há uma década,
Escolhia um lugar onde o ventilador soprasse o vento
Da manhã de domingo já perdida
Enquanto todos brincavam do levanta abaixa da cerimônia
E diziam graças a deus
Quando tudo acabava
E eu dizia também,
Porque era o fim.

Então, calados ou conversando,
Caminhávamos até o apartamento
E seguíamos a nossa vida:
Ela lá e eu cá,
Como foi, é, deve ser, e será.

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