A mesa tão fria
Me lembra a morte
Que um dia nos tocará com sua língua doce
E dará um fim a tudo.
A mesa tão fria,
Sobre ela não há nada,
E eu espero alguma coisa acontecer com a minha vida,
Mas nada acontece.
A mesa agora já não parece tão fria,
Mas sim a minha espinha.
Queria vomitar, fechar os olhos,
Sumir.
Queria acordar abraçado a você,
Enquanto sua voz suave me reconforta,
Me acalenta, me aninha.
Queria abrir os olhos e encontrar você rindo para mim
Com teus longos dentes brancos
E teus lábios rosas
E teus olhos verdes
E teu nariz pequeno.
Queria nunca mais abrir os olhos,
Ou fechá-los.
O frio na espinha já passou para o ambiente,
Escurece e já não enxergo nada.
Seria bom o silêncio,
Mas estamos rodeados de ruído.
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