Sunday, November 10, 2013

Outra noite.

A noite é tão escura
E eu lembro dos teus olhos
Que me serviam de luz
Quando o medo e o desespero lançavam seus braços em torno de mim.

A noite é tão solitária
E eu só penso nos tempos em que teu corpo
Ao meu lado na cama
Me aquecia e protegia de mim mesmo,
Afastando todos os meus pensamentos ruins.

A noite é igual a todas as outras,
Nunca vai mudar,
Era assim antes e será depois,
A diferença é que agora já não sinto teu sabor.

Monday, November 04, 2013

Frio.

A mesa tão fria
Me lembra a morte
Que um dia nos tocará com sua língua doce
E dará um fim a tudo.

A mesa tão fria,
Sobre ela não há nada,
E eu espero alguma coisa acontecer com a minha vida,
Mas nada acontece.

A mesa agora já não parece tão fria,
Mas sim a minha espinha.

Queria vomitar, fechar os olhos,
Sumir.

Queria acordar abraçado a você,
Enquanto sua voz suave me reconforta,
Me acalenta, me aninha.

Queria abrir os olhos e encontrar você rindo para mim
Com teus longos dentes brancos
E teus lábios rosas
E teus olhos verdes
E teu nariz pequeno.

Queria nunca mais abrir os olhos,
Ou fechá-los.

O frio na espinha já passou para o ambiente,
Escurece e já não enxergo nada.

Seria bom o silêncio,
Mas estamos rodeados de ruído.