Monday, November 29, 2010

Àquela que me dá preocupações e raivas; à mulher que sempre me fará sentir algo indefinido e gigantesco.

um quarto escuro
onde ela fecha os olhos
e pensa
que tudo o que precisa é uma noite de sono
e de amor.

às vezes ela acredita que o mundo precisa de mais amor,
às vezes ela acredita que ela pode salvar todo o mundo
e começa a tentar
sem perceber
que ela não tem nenhum poder especial
além dessa vontade
de salvar o mundo da maldade que ela diz existir.

às vezes ela deita e não consegue dormir,
porque passa tempo demais pensando em como as pessoas não prestam
em como as pessoas só decepcionam e machucam umas às outras
e em como ela gostaria que isso tudo parasse
e todos fossem capazes de viver em paz.

ela diz que só quer paz
e sentir o amor
que acha que lhe faz falta
que acha que não existe
que acha que não sente.

às vezes eu fecho os olhos
- quase todas as noites, na verdade -
e penso em como eu queria
que tudo o que ela tivesse
fosse um pouco de paz,
de alegria,
que ela sentisse o amor.

às vezes fecho os olhos
por ela
e consigo sentir coisas
dela
que outras pessoas não conseguiriam.

às vezes ela chora
às vezes eu a faço chorar
às vezes eu choro
porque talvez não há nada melhor a se fazer em relação a isso.

muitas vezes eu sinto minhas mãos atadas,
sinto que não há nada que possa fazer
para tirá-la dos perigos que a rondam,
mas eu nunca deixo de tentar.

sempre, eu disse sempre,
quero tê-la bem
longe, talvez, mas
acima de tudo, feliz.

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