Tuesday, February 05, 2008

Eu aprendi (a copiar William Sheakspeare)

ao longo dos anos eu aprendi muitas coisas
aprendi a ler e escrever,
apesar de não fazer nenhuma dessas duas coisas excepcionalmente bem.
aprendi a pensar e a fazer minhas próprias opiniões.
aprendi a selecionar livros e músicas,
aprendi que mulheres de papel não substituem,
nunca, uma mulher digital.
vi o que era a morte
e aprendi que ela era apenas parte da vida
aprendi que haviam muitas coisas ruins por toda parte
e que, ainda assim, tudo poderia e iria ficar pior.
aprendi que solidão não cura com aspirina
e que até um canalha como eu precisa de afeto.
aprendi, nesse tempo terreno, que no fundo de poços,
quando pensa-se não haver nada de bom,
pode-se achar algo que valha a pena.
aprendi que eu não sou o único que sofre por amor
e que a dor do amor é a dor mais comum do mundo,
não é nada especial.
aprendi que o que torna meu amor especial é a pessoa que eu amo.
aprendi que pior que só pensar em quem se ama é só não ter alguém pra amar.
aprendi a xingar, a falar maldições
e a sangrar por mulheres.
aprendi que omeu coração nunca vai ver a luz do dia
e que mesmo que ele visse, não a reconheceria.
aprendi que mesmo que o meu grande amor,
a mulher da minha vida,
se case hoje e me chame para o casamento,
eu não devo me entristecer,
porque há o divórcio.
aprendi que o que deus uniu o homem separa,
depreda e destrói.
aprendi que nessa vida há gente que não acredita no amor
e há quem acredite no chapolim colorado.
aprendi que há quem rasgue poemas dados por seus amados
porque preferem ganhar dinheiro.
aprendi que não ensinam nada disso que se deveria aprender.
aprendi que sempre chove nos sonhos dos mal amados,
mas isso não quer dizer que todos os seus sonhos
sejam sonhos molhados.
aprendi que, se eu pudesse dar estrelas, planetas, universos para quem amo,
de nada adiantaria se ela não me amasse de volta.
aprendi que pessoas não gostam da idéia de seus desejos serem outras pessoas,
de essas outras pessoas menstruarem, masturbarem, defecarem, vomitarem,
serem humanas e só.
aprendi que amor não é uma dádiva -
aprendi muito sobre o amor, sim -
que não é uma quinquilharia que se dá a alguém que pede ele.
aprendi que, quando você perde tempo,
ele sempre está no último lugar que você procura.
aprendi que só se faz parte da raça humana quando alguém quebra seu coração.
aprendi que o tempo não é um remédio para tudo,
mas que ele ajuda bastante,
mesmo sendo um verdadeiro filhodaputa, ele é um amigo precioso.
com o tempo eu aprendi que originalidade não existe
e que é mais fácil roubar uma idéia boa e torná-la sua
do que ter uma idéia extremamente original que não quer dizer o que você quer dizer.


nessa vida vivida que vivi, aprendi muitas coisas úteis,
algumas estão aqui, outras ali,
aprendi sobre a vida, o universo e tudo o mais.
mas não aprendi a esquecer.
e esquecer é uma arte.

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